ONU constata prisões e abusos na Coreia do Norte
Comissão de Investigação da ONU para Coreia do Norte reuniu provas de casos de tortura, agressões sexuais e tratamento desumano por razões de filiação política
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2013 às 09h16.
Genebra - A Comissão de Investigação da ONU para Coreia do Norte reuniu provas de casos de tortura, prisão arbitrária, agressões sexuais, desaparições forçadas e tratamento desumano por razões de filiação política, abusos sofridos por famílias inteiras, inclusive após várias gerações, conforme divulgou nesta terça-feira o responsável pela comissão.
"Temos testemunhos de sobreviventes de campos de concentração que desde crianças sofreram com a inanição e outras atrocidades, punidos "por associação", pela filiação política de algum membro de sua família", disse o presidente da comissão, o juiz australiano Michael Donald Kirby.
Kirby fez uma apresentação oral hoje no Conselho de Direitos Humanos da ONU, sobre as violações dos direitos humanos na Coreia do Norte, país do qual a comissão ainda não teve acesso, apesar de muitos pedidos.
Para suas pesquisas, a equipe está recebendo depoimentos e informações de pessoas exiladas principalmente na Coreia do Sul e no Japão, e que, em sua maioria, sofreram com "o desaparecimento forçado e a retenção em campos de concentração de familiares e entes queridos".
Além disso, a comissão alertou sobre o uso deliberado da inanição por parte do regime nos centros de detenção como método de tortura e chamou a atenção sobre o fato de que grande parte da população do país sofre com a desnutrição.
"Temos o relato de um homem, preso desde o seu nascimento e privado de comer, que sobreviveu a base de roedores, lagartixas e grama, para depois testemunhar a execução pública de sua mãe e irmão", citou Kirby como exemplo das práticas do regime norte-coreano, liderado por Kim Jong-un.
Entre outros exemplos, o presidente destacou o caso de um homem obrigado a carregar vários cadáveres de prisioneiros que morreram de fome, para depois queimá-los e espalhar suas cinzas pelos campos de cultivo; ou o de uma mulher que viu como soldados do regime obrigaram outra mulher a afogar seu bebê em um caldeirão.
Segundo Kirby, estes depoimentos individuais não são casos isolados, mas representam uma pauta de ação em grande escala baseada na "violação em massa e sistemática dos direitos humanos".
A comissão também denunciou o uso de propaganda, baseada nas declarações de vários oficiais que no passado pertenceram ao aparelho do regime, que relataram como "manipulavam sistematicamente o livre acesso à informação".
"Escutamos casos de gente que foi torturada e presa simplesmente por assistir séries de televisão estrangeiras ou por ter crenças religiosas", detalhou.
Presidida por Kirby, essa comissão, constituída em março, está formada pelo jurista indonésio Marzouki Darusman e a ativista sérvia de direitos humanos Sonja Biserko.
Genebra - A Comissão de Investigação da ONU para Coreia do Norte reuniu provas de casos de tortura, prisão arbitrária, agressões sexuais, desaparições forçadas e tratamento desumano por razões de filiação política, abusos sofridos por famílias inteiras, inclusive após várias gerações, conforme divulgou nesta terça-feira o responsável pela comissão.
"Temos testemunhos de sobreviventes de campos de concentração que desde crianças sofreram com a inanição e outras atrocidades, punidos "por associação", pela filiação política de algum membro de sua família", disse o presidente da comissão, o juiz australiano Michael Donald Kirby.
Kirby fez uma apresentação oral hoje no Conselho de Direitos Humanos da ONU, sobre as violações dos direitos humanos na Coreia do Norte, país do qual a comissão ainda não teve acesso, apesar de muitos pedidos.
Para suas pesquisas, a equipe está recebendo depoimentos e informações de pessoas exiladas principalmente na Coreia do Sul e no Japão, e que, em sua maioria, sofreram com "o desaparecimento forçado e a retenção em campos de concentração de familiares e entes queridos".
Além disso, a comissão alertou sobre o uso deliberado da inanição por parte do regime nos centros de detenção como método de tortura e chamou a atenção sobre o fato de que grande parte da população do país sofre com a desnutrição.
"Temos o relato de um homem, preso desde o seu nascimento e privado de comer, que sobreviveu a base de roedores, lagartixas e grama, para depois testemunhar a execução pública de sua mãe e irmão", citou Kirby como exemplo das práticas do regime norte-coreano, liderado por Kim Jong-un.
Entre outros exemplos, o presidente destacou o caso de um homem obrigado a carregar vários cadáveres de prisioneiros que morreram de fome, para depois queimá-los e espalhar suas cinzas pelos campos de cultivo; ou o de uma mulher que viu como soldados do regime obrigaram outra mulher a afogar seu bebê em um caldeirão.
Segundo Kirby, estes depoimentos individuais não são casos isolados, mas representam uma pauta de ação em grande escala baseada na "violação em massa e sistemática dos direitos humanos".
A comissão também denunciou o uso de propaganda, baseada nas declarações de vários oficiais que no passado pertenceram ao aparelho do regime, que relataram como "manipulavam sistematicamente o livre acesso à informação".
"Escutamos casos de gente que foi torturada e presa simplesmente por assistir séries de televisão estrangeiras ou por ter crenças religiosas", detalhou.
Presidida por Kirby, essa comissão, constituída em março, está formada pelo jurista indonésio Marzouki Darusman e a ativista sérvia de direitos humanos Sonja Biserko.