ONU condena violência na Síria e lança investigação
O fórum de 47 membros, que realizou uma sessão de emergência a pedido dos EUA, aprovou a resolução dos norte-americanos por 26 votos a favor, 9 contra e 7 abstenções
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2011 às 18h38.
Genebra - O organismo máximo de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a Síria na sexta-feira pelo uso da força letal contra manifestantes pacíficos e lançou uma investigação sobre assassinatos e outros crimes.
O fórum de 47 membros, que realizou uma sessão de emergência a pedido dos Estados Unidos, aprovou a resolução apresentada pelos norte-americanos por 26 votos a favor, 9 contra e 7 abstenções. O Brasil votou a favor da resolução.
"Os Estados membros se uniram para condenar o uso de táticas brutais utilizadas pelo regime de Assad para silenciar a dissidência pacífica", disse em comunicado a embaixadora de direitos humanos dos EUA, Eileen Donahoe.
A urgência para realização da sessão especial foi "evidenciada pelos relatos preocupantes de hoje de que o regime continua a repressão violenta em várias cidades da Síria", acrescentou.
Forças sírias mataram 15 pessoas ao disparar contra os milhares de manifestantes que tentavam entrar na cidade meridional de Deraa, o centro de uma revolta de seis semanas contra o presidente Bashar al-Assad, disse uma fonte médica na sexta-feira.
Cinco delegações, incluindo Arábia Saudita, Jordânia, Catar e Barein, estavam ausentes no momento da votação, que ocorreu após intenso debate e negociações de bastidores que levaram a mudanças no texto final.
"Em geral, é um bom resultado, sabíamos que haveria concessões", disse à Reuters Radwan Ziadah, um exilado sírio que dirige o Centro de Damasco para Estudos de Direitos Humanos.
"Ao mesmo tempo, a ausência de certos países foi muito reveladora. Catar, Arábia Saudita, Barein e Jordânia, quatro países árabes, isso nos informa quanto o regime sírio está isolado. É um passo muito importante para nós", acrescentou Ziadah, professor visitante da Universidade George Washington, que veio à Genebra para a sessão.
Um grupo de direitos humanos sírio disse nesta semana que pelo menos 500 civis foram mortos desde que distúrbios eclodiram em Deraa em meados de março. Autoridades refutam esse número de mortos.
A Anistia Internacional afirmou que as forças sírias estavam cometendo graves violações com total impunidade e manifestaram a sua preocupação sobre o destino de centenas de pessoas mantidas sob custódia.
"Recebemos o testemunho em primeira mão de tortura e outros maus-tratos, incluindo espancamentos com paus, pontas e cabos de fuzil, eletrocussão e agressão sexual a que detidos vem sendo submetidos, alguns dos quais, crianças", disse Peter Splinter, representante da Anistia Internacional, ao conselho em Genebra.
Argentina, Brasil, Chile, Gana e Zâmbia estão entre Estados-chave dando seu apoio à resolução do Ocidente.
Mas China, Rússia e Paquistão votaram contra, denunciando interferência nos assuntos internos da Síria e acusando o conselho de usar dois pesos e duas medidas.
"Meu país sempre acreditou que apontar o dedo é uma abordagem contraproducente", disse o embaixador paquistanês Zamir Akram durante a reunião.
Genebra - O organismo máximo de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a Síria na sexta-feira pelo uso da força letal contra manifestantes pacíficos e lançou uma investigação sobre assassinatos e outros crimes.
O fórum de 47 membros, que realizou uma sessão de emergência a pedido dos Estados Unidos, aprovou a resolução apresentada pelos norte-americanos por 26 votos a favor, 9 contra e 7 abstenções. O Brasil votou a favor da resolução.
"Os Estados membros se uniram para condenar o uso de táticas brutais utilizadas pelo regime de Assad para silenciar a dissidência pacífica", disse em comunicado a embaixadora de direitos humanos dos EUA, Eileen Donahoe.
A urgência para realização da sessão especial foi "evidenciada pelos relatos preocupantes de hoje de que o regime continua a repressão violenta em várias cidades da Síria", acrescentou.
Forças sírias mataram 15 pessoas ao disparar contra os milhares de manifestantes que tentavam entrar na cidade meridional de Deraa, o centro de uma revolta de seis semanas contra o presidente Bashar al-Assad, disse uma fonte médica na sexta-feira.
Cinco delegações, incluindo Arábia Saudita, Jordânia, Catar e Barein, estavam ausentes no momento da votação, que ocorreu após intenso debate e negociações de bastidores que levaram a mudanças no texto final.
"Em geral, é um bom resultado, sabíamos que haveria concessões", disse à Reuters Radwan Ziadah, um exilado sírio que dirige o Centro de Damasco para Estudos de Direitos Humanos.
"Ao mesmo tempo, a ausência de certos países foi muito reveladora. Catar, Arábia Saudita, Barein e Jordânia, quatro países árabes, isso nos informa quanto o regime sírio está isolado. É um passo muito importante para nós", acrescentou Ziadah, professor visitante da Universidade George Washington, que veio à Genebra para a sessão.
Um grupo de direitos humanos sírio disse nesta semana que pelo menos 500 civis foram mortos desde que distúrbios eclodiram em Deraa em meados de março. Autoridades refutam esse número de mortos.
A Anistia Internacional afirmou que as forças sírias estavam cometendo graves violações com total impunidade e manifestaram a sua preocupação sobre o destino de centenas de pessoas mantidas sob custódia.
"Recebemos o testemunho em primeira mão de tortura e outros maus-tratos, incluindo espancamentos com paus, pontas e cabos de fuzil, eletrocussão e agressão sexual a que detidos vem sendo submetidos, alguns dos quais, crianças", disse Peter Splinter, representante da Anistia Internacional, ao conselho em Genebra.
Argentina, Brasil, Chile, Gana e Zâmbia estão entre Estados-chave dando seu apoio à resolução do Ocidente.
Mas China, Rússia e Paquistão votaram contra, denunciando interferência nos assuntos internos da Síria e acusando o conselho de usar dois pesos e duas medidas.
"Meu país sempre acreditou que apontar o dedo é uma abordagem contraproducente", disse o embaixador paquistanês Zamir Akram durante a reunião.