Genebra - A ONU solicitou nesta quarta-feira 7,9 bilhões de dólares, ao invés dos 7,4 bilhões pedidos anteriormente, para ajuda humanitária em 2011 destinada a socorrer milhões de pessoas em cerca de trinta países, principalmente no Chifre da África, onde enfrentam uma grave seca.

O relatório da ONU, apresentado numa coletiva de imprensa pela secretária geral de assuntos humanitários da ONU, Valerie Amos, revisa a demanda de fundos para ajuda humanitária da ONU em 2011 e destaca que "o acontecimento mais preocupante é a seca na região do Chifre da África".

Dos 500 milhões de dólares suplementares, estão incluídos 120 milhões de dólares pedidos pela FAO (Organização da ONU para a alimentação e agricultura) para enfrentar a crise nesta região africana, depois que foi decretado o estado de fome em duas regiões da Somália.

Todos os anos neste período, a ONU revisa suas necessidades em função do desenvolvimento das crises humanitárias no mundo.

Devido a esta seca, a pior registrada em 60 anos, a população vulnerável não para de aumentar. "Mais de 10 milhões de pessoas (...) em Djibuti, na Etiópia, no Quênia, na Somália e em Uganda são muito afetados, sem uma melhoria possível antes de 2012", afirmou a ONU.

Entre os primeiros países beneficiários dos fundos da ONU também estão o Sudão e o Sudão do Sul, palco de incessantes violências e de novos combates, como na região petroleira de Kordofan Sul.

A ONU também deve rever para cima as necessidades devido à crise na Líbia, para onde houve uma demanda de fundos emergenciais em março.

A mudança política na Costa do Marfim, após meses de crises e de combates, também obrigou a ONU a aumentar os fundos necessários para financiar suas atividades no país e em outros quatro da região.

Por enquanto, a ONU já consiguiu financiar 45% dos quase 7,9 bilhões de dólares pedidos para este ano, um pouco menos do que tem conseguido nos anos anteriores.