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ONU acusa regime sírio de negligenciar população

"Depois que um povoado ou um bairro é cercado pelo Exército, é cortada a distribuição de água, eletricidade e comida", denunciou alta comissária para os Direitos Humanos

Navi Pillay: alta comissária da ONU para os Direitos Humanos acusou o regime sírio de arrasar áreas civis sem preocupar-se com a população habitante (Fabrice Coffrini/AFP)

Navi Pillay: alta comissária da ONU para os Direitos Humanos acusou o regime sírio de arrasar áreas civis sem preocupar-se com a população habitante (Fabrice Coffrini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2012 às 09h47.

Genebra - A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, acusou nesta sexta-feira o regime sírio de arrasar zonas controladas pela oposição sem preocupar-se com a população civil que as habita.

"Depois que um povoado ou um bairro é cercado pelo Exército, é cortada a distribuição de água, eletricidade e comida", denunciou a alta comissária em comunicado divulgado hoje, no qual reiterou sua preocupação com a comissão de crimes de guerra e contra a Humanidade.

Pillay assinalou que após o isolamento dos povoados há intensos bombardeios de artilharia e aéreos, depois dos quis entram os tanques e as forças terrestres "que, segundo nossas informações, frequentemente executam de maneira sumária pessoas suspeitas de lutar ao lado da oposição".

"Às vezes, os corpos dos executados ou assassinados de outra maneira são queimados ou levados para outros lugares", acrescentou a alta funcionária da ONU, que também acusou as forças armadas da oposição de cometer execuções extrajudiciais e praticar torturas.

Pillay lembrou que o direito humanitário internacional estabelece claramente que os civis devem ter a oportunidade de abandonar as zonas que serão atacadas militarmente, mas indicou que isso só ocorreu "em algumas ocasiões" na Síria nos últimos meses.


"Recebi informações ainda não confirmadas de atrocidades, incluindo assassinatos extrajudiciais e ataques de franco-atiradores, contra civis durante os recentes combates em diversos bairros de Damasco", disse Pillay, que também alertou sobre o forte aumento da presença militar em torno de Aleppo.

Pillay indicou que corresponde aos tribunais internacionais chegar a uma conclusão sobre o que está ocorrendo na Síria, que vive um conflito interno desde março de 2011.

"Meu convencimento, tendo como base as provas reunidas por parte de diversas fontes críveis, é que foram cometidos, e que seguem sendo cometidos, crimes contra a Humanidade e crimes de guerra", avaliou a alta comissária da ONU.

A seus autores, Pillay deixou a mensagem de que "não devem crer que escaparão da Justiça, porque o mundo não esquece nem perdoa crimes como esses", antes de indicar que "isto se aplica tanto às forças da oposição quanto às forças governamentais e seus aliados".

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