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Ônibus com dizeres antitransexuais provoca polêmica na Espanha

"Os meninos têm pênis, as meninas têm vagina, não se enganem", diz uma mensagem em letras brancas na lateral do ônibus

Ônibus: ele é parte de uma campanha do grupo contra a promoção do direito da liberdade sexual ou de gênero (Divulgação)

Ônibus: ele é parte de uma campanha do grupo contra a promoção do direito da liberdade sexual ou de gênero (Divulgação)

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AFP

Publicado em 1 de março de 2017 às 15h09.

Última atualização em 1 de março de 2017 às 15h09.

Um promotor de Madri abriu nesta quarta-feira uma investigação da campanha de uma organização conservadora que gerou uma grande polêmica ao fretar um ônibus para percorrer a Espanha com uma mensagem contra os direitos dos transexuais.

"Os meninos têm pênis, as meninas têm vagina, não se enganem. Se você nasce homem, você é homem. Se é mulher, continua sendo mulher", afirma a mensagem em grandes letras brancas na lateral do ônibus laranja, que começou a circular na segunda-feira pela Espanha.

Fretado pela organização HazteOir (Faça-se ouvir), o ônibus é parte de uma campanha do grupo contra a promoção do direito da liberdade sexual ou de gênero.

O ônibus tinha previsto dirigir-se a várias cidades espanholas, mas as autoridades o impediram ante a possibilidade de que possa implicar crime de ódio.

A campanha também gerou uma chuva de críticas.

"O que está claro é que as pessoas do 'HazteOir', mesmo que tenham pênis e vagina, não têm cérebro e muito menos coração", afirmou Pablo Iglesias, líder do partido de esquerda radicalPodemos.

Gerardo, um aposentado de 71 anos e que não quis dar o sobrenome, afirmou à AFP que se uniu à campanha para defender sua liberdade de expressão, assim como o fazem os que promovem o direito à identidade de gênero nas escolas.

"Temos o direito de educar nossos filhos segundo nosso pensamento. Por que podem nos impor outros critérios? Não acho certo que ensinem esse tipo de ideologia a nossos filhos, cada um pode escolher seu sexo. Não é normal", criticou.

Ativistas fazem campanha a favor de uma lei que proíba a discriminação por orientação ou identidade sexual.

"Essa lei serviria para a comunidade LGBT se proteger desse tipo de manifestação", indicou em um comunicado Mané Fernández Noriega, porta-voz da Federação Estatal de Lésbicas, Gays, Transexuais e Bissexuais.

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