Membros da tribo Awá-Guajá na floresta amazônica: os indígenas ocuparam as linhas do trem que conectam os municípios de Mineirinho e Auzilândia (Divulgação/ Survival International)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2012 às 13h53.
Londres - A ONG Survival International repercutiu nesta quinta-feira o protesto indígena - que contou com participação dos Awá, a tribo mais ameaçada do planeta -, organizado para reivindicar os direitos sobre suas terras, uma ação que fez a Vale suspender o trabalho em seu principal linha ferroviária em Carajás.
Segundo a organização defensora dos direitos das comunidades indígenas, o protesto realizado na última terça-feira, que teria reunido centenas de indígenas, bloqueou o acesso ferroviário à mina da companhia Vale em Carajás.
Reivindicando seus direitos sobre suas terras e mostrando suas rejeições aos planos do governo sobre essas regiões, os indígenas ocuparam as linhas do trem que conectam os municípios de Mineirinho e Auzilândia, as mesmas que são usadas pela mineradora para manter sua jazida de ferro de Carajás.
O protesto aconteceu após meses de indignação por causa de uma minuta de um projeto denominado "Diretor 303", que proíbe a expansão dos territórios indígenas e, segundo lembra hoje a ONG Survival, poderia violar a legislação nacional e internacional.
Segundo a Survival, o governo brasileiro, por sua vez, negou desprezar esse polêmico plano ao insinuar que certos projetos poderiam ser desenvolvidos em terras indígenas sem submetido a uma consulta prévia com as comunidades afetadas.
"Se o Brasil quer liderar o caminho e mostrar ao mundo que respeita suas tribos indígenas, não deveria perder tempo com proposições daninhas por parte de um punhado de grupos de pressão rurais", afirmou hoje o diretor da Survival International, Stephen Corry, em um comunicado emitido pela sede desta organização em Londres.