Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera poder "tomar a dianteira do ebola", após alcançar um primeiro objetivo, o de celebrar 70% dos enterros das vítimas de forma segura nos três países mais afetados pela epidemia: Libéria, Guiné e Serra Leoa, no oeste da África.
Libéria e Guiné alcançaram esta meta de 70%, comemorou em Genebra o doutor Bruce Aylward, adjunto do diretor-geral da OMS, enquanto Serra Leoa, embora cumpra este percentual "na maioria dos locais do país", não o alcança no oeste, onde a epidemia continua se espalhando.
As Nações Unidas fixaram a data de 1º de janeiro para alcançar 100% dos casos tratados e 100% dos enterros das vítimas de forma segura, para assim conseguir, antes de seis meses, evitar o aparecimento de novos casos.
Os corpos das vítimas da epidemia, assim como os fluidos corporais dos doentes, são os principais vetores de propagação do vírus. Em agosto, 60% das novas infecções ocorreram durante sepultamentos no oeste da África.
"Poderemos certamente tomar a dianteira do ebola (...) Estamos em uma situação muito diferente da de dois meses atrás", acrescentou o alto funcionário da OMS, lembrando que a transmissão do vírus nestes três países continuava em um nível elevado, com 1.100 novos casos por semana.
Para atingir estes novos objetivos, deverão ser mobilizadas 20 mil pessoas, especialmente trabalhadores locais. A OMS prevê, ainda, aumentar a 450 o número de seus funcionários internacionais, contra os atuais 250.
Neste sentido, o financiamento continua sendo um fator crucial da resposta ao ebola. Do US$ 1,55 bilhão solicitado pelas agências da ONU, por enquanto só foram aportados US$ 920 milhões.
Para "erradicar totalmente o vírus", os gastos necessariamente vão aumentar, acrescentou o doutor Bruce Aylward.
No oeste da África, quase 7.000 pessoas morreram em consequência do vírus ebola, segundo balanço publicado no sábado pela OMS.
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1. Milhares de vítimas
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1/15 (John Moore/Getty Images)
O vírus ebola tem um índice de mortalidade de 70%. Ao lado da tragédia, o fotógrafo John Moore decidiu retratar os raros sobreviventes da doença na Libéria, o país mais afetado pela epidemia. Na foto, Jeremra Cooper, 16, enxuga o rosto do calor, enquanto espera na seção de baixo risco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), em Paynesville, Libéria. O aluno da 8 ª série disse que perdeu seis familiares para a epidemia de Ebola antes de ficar doente e de ser enviado para o centro dos MSF, onde ele se recuperou após um mês.
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2. Mohammed Wah, 23
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2/15 (John Moore/Getty Images)
O trabalhador da construção civil diz que o Ebola matou cinco membros de sua família e que ele acha que contraiu a doença enquanto cuidava de seu sobrinho.
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3. Varney Taylor, 26
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3/15 (John Moore/Getty Images)
Perdeu três membros da família para a doença e acredita que contraiu Ebola enquanto carregava o corpo de sua tia após a morte dela.
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4. Benetha Coleman, 24
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4/15 (John Moore/Getty Images)
Seu marido e dois filhos morreram em decorrência da doença.
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5. Victoria Masah, 28
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5/15 (John Moore/Getty Images)
Seu marido e dois filhos morreram por causa do ebola.
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6. Eric Forkpa, 23
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6/15 (John Moore/Getty Images)
O estudante de engenharia civil, disse que acha que pegou ebola enquanto cuidava de seu tio doente. Ele passou 18 dias no centro dos MSF se recuperando do vírus.
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7. Emanuel Jolo, 19
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7/15 (John Moore/Getty Images)
O estudante do ensino médio perdeu seis membros da família e acredita que contraiu a doença enquanto lavava o corpo de seu pai, que morreu de Ebola.
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8. James Mulbah, 2
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8/15 (John Moore/Getty Images)
O garotinho posa para a foto enquanto é segurado pela mãe, que também se recuperou do ebola.
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9. John Massani, 27
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9/15 (John Moore/Getty Images)
Trabalhador da construção civil, ele acredita que pegou a doença enquanto carregava o corpo de um parente. Ele perdeu seis familiares por causa do ebola.
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10. Mohammed Bah, 39
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10/15 (John Moore/Getty Images)
Bah, que trabalha como motorista, perdeu a mulher, a mãe, o pai e a irmã para o ebola.
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11. Vavila Godoa, 43
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11/15 (John Moore/Getty Images)
O alfaiate diz que o estigma de ter tido Ebola é algo difícil. Ele perdeu todos os seus clientes devido ao medo. "Eles não vêm mais", afirma. Ele acredita que pegou Ebola enquanto cuidava de sua esposa doente.
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12. Ami Subah, 39
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12/15 (John Moore/Getty Images)
Subah, uma parteira, acha que pegou ebola quando fez o parto de um bebé de uma mãe doente. O menino, segundo ela, sobreviveu, mas a mãe morreu. Ela diz que não teve trabalho desde sua recuperação, devido ao estigma de ter tido Ebola. "Não me deixam nem tirar água do poço comunitário", afirma.
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13. Peters Roberts, 22
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13/15 (John Moore/Getty Images)
O aluno do 11º ano perdeu uma irmã, o tio e um primo para o Ebola. Ele acredita que contraiu a doença enquanto cuidava de seu tio.
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14. Anthony Naileh, 46, e Bendu Naileh, 34
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14/15 (John Moore/Getty Images)
Anthony disse que é um estenógrafo no Senado liberiano e planeja voltar a trabalhar na sessão de janeiro. Bendu, uma enfermeira, acha que pegou ebola após colocar as mãos em posição de oração ao rezar por um sobrinho que tinha a doença. Em seguida, ela adoeceu e seu marido cuidou dela.
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15. Moses Lansanah, 30
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15/15 (John Moore/Getty Images)
O trabalhador da construção civil perdeu sua noiva Amifete, com então 22 anos, que estava grávida de 9 meses do seu filho.