OMS: Covid-19 acelera e 150 mil casos são reportados em 24h
Diretor-geral da OMS afirmou que quase metade dos casos de covid-19 registrados nesta sexta ocorreram nas Américas
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de junho de 2020 às 13h32.
Última atualização em 19 de junho de 2020 às 13h50.
Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde ( OMS ), Tedros Adhanom Ghebreyesus destacou nesta sexta-feira, 19, que a pandemia da covid-19 ainda é grave. Durante entrevista coletiva, ele afirmou que apenas na quinta-feira, 18, foram reportados à entidade mais de 150 mil novos casos da doença, um recorde diário. "Quase a metade desses casos foram reportados das Américas, com grandes números também informados do sul da Ásia e do Oriente Médio", disse.
Na avaliação de Ghebreyesus, o mundo agora está "em uma fase nova e perigosa".
Segundo ele, muitas pessoas já estão cansadas de ficar em suas casas, enquanto os países "compreensivelmente" querem o mais rápido possível reabrir suas economias. "Mas o vírus ainda se dissemina rápido, ainda é mortífero e a maioria das pessoas ainda é suscetível", alertou. "Nós pedimos que todos os países e todas as pessoas exerçam vigilância extrema", disse, citando medidas como o distanciamento físico, que as pessoas doentes não saiam de casa, que protejam a boca ao espirrar ou tossir.
Além disso, voltou a pedir que as pessoas usem máscaras "quando apropriado" e mantenham a limpeza das mãos.
Para os países, pediu que continue o foco em encontrar, isolar, testar e tratar os casos da doença, além de rastrear os contatos dos doentes e fazer com que eles também passem por uma quarentena.
O diretor-geral da OMS também destacou que, durante o desenrolar da pandemia, os mais vulneráveis sofrem mais. Nesta sexta, a entidade e autoridades convidadas falaram sobre o impacto específico da doença sobre os refugiados, na véspera do Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho.
Sistema de saúde sobrecarregado
Diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan sugeriu que, caso o sistema de saúde de um país estiver em risco de ficar sobrecarregado por causa do aumento no número de pacientes pela covid-19, é preciso impor novas restrições à circulação de pessoas.
"Se isso ocorrer nova pressão sobre o sistema de saúde, é preciso agir para proteger o sistema de saúde e suprimir a infecção", afirmou Ryan, durante entrevista coletiva da entidade em Genebra. "Porque ninguém quer voltar a uma situação em que as pessoas não conseguem ter acesso ao sistema de saúde", ressaltou. "A saída dos 'lockdowns' deve ser feita com cuidado, de modo gradual e a partir de dados", pediu ainda. "Se você não sabe onde o vírus está, ele irá surpreendê-lo."