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OMS alerta para “zonas ocultas” de casos de ebola

Agência da ONU informou que o número de mortos chegou a 1.427


	Uma menina que pode ter contraído o vírus ebola tem a temperatura verificada em um hospital do governo de Serra Leoa
 (Carl de Souza/AFP)

Uma menina que pode ter contraído o vírus ebola tem a temperatura verificada em um hospital do governo de Serra Leoa (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2014 às 16h29.

Genebra - A escala do pior surto de ebola da história foi mascarada pelas famílias que ocultaram seus parentes infectados em casa e pela existência de “zonas fantasma” onde os médicos não chegam, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.

A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) informou que o número de mortos chegou a 1.427, um aumento de 77 em relação à última atualização, e o de casos de ebola a 2.615, nos quatro países afetados: Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa.

A OMS emitiu um comunicado detalhando por que a epidemia no oeste da África foi subestimada depois das críticas de que reagiu muito devagar para conter o vírus mortífero, que agora se espalha sem controle.

Um mês atrás, especialistas independentes fizeram questionamentos semelhantes. Segundo eles, o contágio pode ser pior que o relatado porque moradores suspeitos das áreas afetadas estão expulsando agentes de saúde e recusando tratamento.

Os relatos subestimados de casos é um problema especialmente na Libéria e em Serra Leoa.

A OMS afirmou estar trabalhando agora com os Médicos Sem Fronteiras (MSF) e o Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças dos Estados Unidos para produzir “estimativas mais realistas”.

A chefe do MSF, que exortou a OMS a se empenhar mais, disse à Reuters em entrevista na quinta-feira que a luta contra o ebola está sendo minada por uma falta de liderança internacional e de habilidades gerenciais de emergências.

O estigma do ebola coloca um sério obstáculo para deter o surto na Libéria, Guiné, Nigéria e em Serra Leoa, que tiveram mais vítimas do que qualquer episódio da doença, descoberta quase 40 anos atrás nas florestas do centro africano.

"Como o ebola não tem cura, alguns acreditam que seus entes queridos infectados ficarão mais confortáveis morrendo em casa”, informou a OMS em nota.

"Outros negam que um paciente tem ebola e creem que cuidados em uma ala isolada levará à infecção e à morte certa. A maioria teme o estigma e a rejeição social aos pacientes e familiares quando um diagnóstico de ebola é confirmado".

Muitas vezes os corpos são enterrados sem notificação, disse a OMS, e um problema adicional são as “zonas fantasma”, vilarejos rurais onde há rumores de casos e mortes que não podem ser investigados por causa da resistência da comunidade ou falta de pessoal e transporte.

Em outros casos, onde o tratamento está disponível, os centros de saúde estão ficando lotados de pacientes, sugerindo que há uma quantidade invisível de infectados fora do radar dos sistemas de vigilância oficiais.

A OMS afirmou ter elaborado o rascunho de um plano para combater o ebola no oeste da África nos próximos seis a nove meses.

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