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OMS adverte sobre aumento de infecções de HIV entre gays

Infecções do vírus da Aids estão aumentando entre homossexuais, advertiu a Organização Mundial de Saúde


	HIV: OMS recomendou que gays tomem antirretrovirais para prevenir contágio
 (Getty Images/Getty Images)

HIV: OMS recomendou que gays tomem antirretrovirais para prevenir contágio (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2014 às 10h45.

Genebra - As infecções do vírus da Aids estão aumentando entre homossexuais em várias partes do mundo, advertiu nesta sexta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomendou que este grupo tome antirretrovirais para prevenir o contágio.

"A epidemia está disparando", advertiu Gottfried Hirnschall, diretor do departamento de vírus da imunodeficiência humana (HIV) da OMS.

A evolução da medicação e o fato de atualmente ser possível viver com a Aids, mais de 30 anos após a pandemia desta doença que atingiu especialmente a comunidade gay, fizeram com que as campanhas de prevenção diminuíssem e as infecções voltassem a aumentar, segundo Hirnschall.

Este grupo tem um risco 14 vezes maior que o resto da população de contrair o vírus. Em Bangcoc, por exemplo, a Aids afeta 5,7% dos homens que mantêm relações sexuais com outros homens e apenas 1% da população geral.

Nestas novas recomendações publicadas nesta sexta-feira, a OMS recomenda que os homossexuais "considerem tomar antirretrovirais como método preventivo contra o HIV".

Em maio, as autoridades de saúde americanas recomendaram que todos os grupos de risco tomassem antirretrovirais, especialmente os homens gays, com a esperança de reduzir o número de novas infecções, que não muda há 20 anos.

Tomar regularmente um comprimido que combina dois antirretrovirais, além do uso de preservativos, pode diminuir o risco de contágio entre 20% e 25%, ou seja, evitar "um milhão de novas infecções neste grupo em 10 anos", segundo a OMS.

As recomendações se concentram nos outros grupos de população de risco, como os transsexuais, a população carcerária, os viciados em drogas e as prostitutas, que representam cerca da metade das novas infecções anuais.

Ao mesmo tempo, são estes grupos os que costumam ter menos acesso à saúde, o que leva "inevitavelmente ao aumento de infecções nestas comunidades", declarou Rachel Baggaley, do departamento de HIV da OMS.

No entanto, graças a diferentes iniciativas, o número destes novos casos caiu quase um terço entre 2001 e 2012.

No fim de 2013, 13 milhões de pessoas com HIV estavam sob o tratamento de antirretrovirais, o que diminui drasticamente a mortalidade pela Aids.

No entanto, Hirnschall afirma que os "avanços foram desiguais", já que os governos têm tendência a privilegiar as campanhas de prevenção para a população geral e descuidam dos grupos de risco.

"Mas estas pessoas não vivem isoladas", disse, afirmando que "as prostitutas e seus clientes têm maridos, mulheres e parceiros. Alguns tomam drogas e muitos têm filhos".

Isto é especialmente dramático na África subsaariana, onde se encontram 71% dos 35,3 milhões de pessoas no mundo que estão infectadas por este vírus, indicou o especialista da OMS.

Combater a discriminação e a estigmatização exercida sobre estes grupos é vital para ajudar a reduzir as infecções.

A OMS também recomenda, entre outras coisas, promover o uso do preservativo, realizar testes gratuitos de HIV, tratar indivíduos de risco com antirretrovirais, realizar circuncisões gratuitas e programas de troca de seringas para os usuários de drogas.

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