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OIT adverte que redução dos déficits pode afetar crescimento

Genebra - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) advertiu nesta quarta-feira que a redução dos déficits públicos poderá desacelerar ou inclusive interromper o crescimento econômico, acarretando consequências sociais desastrosas em momentos em que o desemprego mundial é muito elevado. "Não há reativação duradoura sem retomada do emprego", afirmou o diretor geral da OIT, o chileno […]

Para Juan Somavía, diretor geral da OIT,  não há recuperação econômica sem retomada do emprego (AFP/Fabrice Coffrini)

Para Juan Somavía, diretor geral da OIT, não há recuperação econômica sem retomada do emprego (AFP/Fabrice Coffrini)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2010 às 16h42.

Genebra - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) advertiu nesta quarta-feira que a redução dos déficits públicos poderá desacelerar ou inclusive interromper o crescimento econômico, acarretando consequências sociais desastrosas em momentos em que o desemprego mundial é muito elevado.

"Não há reativação duradoura sem retomada do emprego", afirmou o diretor geral da OIT, o chileno Juan Somavía, no início da 99ª Conferência Internacional do Trabalho em Genebra.

A nova crise financeira e a luta contra os déficits públicos, políticas generalizadas na zona do euro depois da crise da dívida da Grécia, poderão distorcer essa afirmação, completou Somavía.

Depois das cifras recordes de 2009 (212 milhões de pessoas no mundo sem emprego, ou seja, uma taxa de 6,6%), "não vemos nenhum sinal de uma redução global da taxa de desemprego" desde o início do ano, constatou.

Estudos da OIT e outras pesquisas mostram "que uma redução prematura dos déficits poderá desacelerar ou interromper a reativação. Isso aumentaria o desemprego e, nos anos seguintes, poderá provocar o aumento dos déficits devido à redução das receitas fiscais", afirmou Somavía.

O responsável da organização tripartite que reúne durante três semanas em torno de 4.000 delegados, entre representantes governamentais e trabalhadores de 183 países membros, insistiu sobre os riscos sociais dessa nova crise.

"As tensões sociais continuam aumentando. Já havia muita frustração sobre uma recuperação frágil do emprego", explicou, advertindo que "os próximos anos serão difíceis para todos nós: para trabalhadores, empresas e responsáveis políticos; e para o sistema multilateral".

Como consequência, concluiu, o diálogo social que, segundo ele, constitui um dos pontos fortes da OIT, "é mais do que nunca crucial".

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