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"OEA poderá ver nossa realidade", diz chanceler paraguaio

Uma missão especial da Organização dos Estados Americanos visitará o Paraguai para avaliar a crise política relacionada à destituição do presidente Fernando Lugo

O novo presidente paraguaio Federico Franco, que assumiu o cargo após a destituição de Lugo pelo Senado
 (Norberto Duarte/AFP)

O novo presidente paraguaio Federico Franco, que assumiu o cargo após a destituição de Lugo pelo Senado (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2012 às 12h12.

Assunção - O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Fernández, destacou nesta quarta-feira que a missão especial da Organização dos Estados Americanos (OEA), que visitará seu país para avaliar a crise política relacionada à destituição do presidente Fernando Lugo, poderá buscar a verdade e conversar com todos os setores do país.

"Quando vierem aqui vão encontrar a realidade. Já devem estar cansados de nos ouvir falando sobre o cumprimento de todas as garantias internacionais e de todos os pactos institucionais", afirmou Fernández em alusão à decisão adotada pelo Conselho Permanente da OEA, de enviar uma missão especial ao Paraguai.

Essa missão foi proposta na sessão extraordinária desta quarta, que se prolongou por quatro horas, pelo representante de Honduras e presidente do Conselho Permanente, Leonidas Rosa Bautista, uma medida que ganhou respaldo de 25 delegações, entre elas as dos Estados Unidos, Colômbia, México e Chile.

No entanto, a proposta não convenceu os embaixadores da Nicarágua, Bolívia, Equador e Venezuela.

"Acho que a OEA tomou uma decisão que temos que apreciar em alto grau. No sábado, tínhamos zero votos; ontem, tivemos 25 a favor de uma resolução sensata e do envio de uma missão", mencionou Fernández em entrevista à rádio "Primeiro de Março".

"Não temos nenhum problema que nos visitem. Queremos que nos dêem o direito à defesa (...). Paraguai tem que estar no mesmo plano da igualdade", insistiu.


Em relação à missão internacional, Fernández destacou que os representantes poderão falar com todos e "com quem quiserem", com a imprensa, com as autoridades e com os partidários do destituído presidente Fernando Lugo.

Lugo foi acusado de mau desempenho de suas funções, entre outros motivos, pela desastrosa desocupação de uma fazenda invadida por trabalhadores sem-terra no dia 15 de junho, que na morte de seis policiais e 11 camponeses.

Após a destituição de Lugo pelo Senado, Federico Franco assumiu a chefia de Estado.

Além de abordar a visita da OEA, Fernández também questionou a decisão do Mercosul de suspender a participação do Paraguai na cúpula que será realizada na próxima sexta-feira em Mendoza, na Argentina.

"Não nos deixam participar em violação do direito internacional. Não podemos aceitar que não se reconheça o Paraguai", condenou o chanceler, que, no entanto, disse que diante desta situação não forçará essa participação e que "a dignidade paraguaia está primeiro lugar".

"Vão discutir a qualidade da democracia no Paraguai sem a nossa presença. A nossa posição é a legal, a jurídica. (...) Nestes momentos surgem vozes apaixonadas, mas pouco a pouco vamos explicar o que o Paraguai deseja", finalizou. EFE

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