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Odebrecht pagou US$ 27,7 mi em propinas na Colômbia

O valor das propinas pagas na construção da Rota do Sol II foi calculado com base nas investigações de diferentes órgãos, afirmou o procurador-geral

Odebrecht: a Procuradoria identificou pelo menos cinco pessoas jurídicas utilizadas como intermediárias (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

Odebrecht: a Procuradoria identificou pelo menos cinco pessoas jurídicas utilizadas como intermediárias (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de julho de 2017 às 21h49.

Bogotá - O total pago em propinas pela Odebrecht na Colômbia foi de US$ 27,7 milhões, e não US$ 11,1 milhões, como informado preliminarmente pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, informou nesta terça-feira o Ministério Público do país sul-americano em um comunicado.

O valor das propinas pagas na construção da Rota do Sol II foi calculado com base nas investigações de diferentes órgãos, afirmou o procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, que leu um comunicado sobre o caso aos jornalistas.

"Os supostos pagamentos irregulares não foram de 21 milhões de pesos colombianos. Os pagamentos que a Odebrecht fez na Colômbia não foram como se disse no relatório internacional de dezembro de 2016, mas sim subiram para a apavorante soma de 84 milhões de pesos (US$ 27,7 milhões)", destacou Martínez.

Como parte das evidências materiais, a Procuradoria disse que a construtora brasileira fez pagamentos de US$ 11,4 milhões através de suas filiais no país para a construção do trecho Ocaña-Gamarra, uma adição à Rota do Sol.

"Até o momento identificamos pagamentos irregulares por esse trecho no valor de US$ 11,4 milhões. Várias pessoas teriam atuado como intermediários e facilitadores dessas operações", diz a nota lida por Martínez aos jornalistas.

"Eles cobravam comissão por esse trabalho, que a Promotoria tipifica como lavagem de dinheiro, para posteriormente fazê-las chegar aos seus destinatários finais", explicou o procurador.

A Procuradoria identificou pelo menos cinco pessoas jurídicas utilizadas como intermediárias. As empresas teriam sido usadas para assinar contratos com a Concessionária Rota do Sol 2 e o Consórcio Construtor da Rota do Sol, filiais da Odebrecht.

Entre eles, afirmou Martínez, se destaca o pagamento para uma empresa panamenha de US$ 2,73 milhões, com o objetivo de "elaborar estudos e projetos" para um dos trechos. O dinheiro foi pago a partir da Colômbia para um banco do Panamá.

"Depois de essa soma ter transferida para o exterior, esses recursos foram retornados novamente ao país por meio de uma empresa colombiana, já identificada, para posteriormente entregar esse dinheiro", acrescentou o procurador no comunicado.

A Promotoria continua trabalhando para identificar os beneficiários de dois pagamentos realizados em 2010 e 2014, que teriam usado a mesma modalidade de contratos simulados.

Desse modo, considerando os US$ 11,1 milhões anunciados pelo Departamento de Justiça dos EUA, a Procuradoria da Colômbia acredita que a Odebrecht pagou no total US$ 27,7 milhões em propinas.

Até o momento, foram presos o ex-vice-ministro de Transportes Gabriel García Morales, o ex-senador Otto Bula, o ex-assessor da Agência Nacional de Infraestrutura Juan Sebastían Correa, além dos empresários César Hernández, Gustavo Urrego e dos irmãos Enrique e Eduardo Ghisays.

Também serão acusados pelos crimes de comum acordo para delito grave e lavagem de dinheiro o português Eder Paolo Ferracuti e os brasileiros Márcio Marangoni e Amilton Ideaki.

Outros que deverão responderam pelas duas acusações anteriores e mais pelo crime de enriquecimento ilícito são Federico Gaviria, Eduardo Zambrano e Gustavo Torres, todos empresários.

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