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Observadores são atacados na Síria

Grupo de diplomatas da Liga Árabe foi alvo de tiros; 26 pessoas foram mortas nesta quinta-feira

Os observadores já encontraram violações de direitos humanos no país (Bulent Kilic/AFP)

Os observadores já encontraram violações de direitos humanos no país (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2011 às 16h38.

Cairo - Os observadores da Liga Árabe desdobradas na cidade síria de Homs saíram ilesos de um ataque com disparos de origem desconhecida, enquanto persiste a violência no país, onde nesta quinta-feira morreram pelo menos 26 pessoas.

O presidente do opositor Conselho Nacional Sírio (CNS), Borham Golion, afirmou hoje que a equipe de observadores que visitou Homs nos últimos dois dias foi alvo de disparos no bairro de Khalediya, mas foram protegidos pelos moradores.

Depois de se reunir com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, Golion declarou que os cidadãos acolheram os integrantes da delegação em suas casas para protegê-los do ataque.

O dirigente do CNS, principal órgão da oposição síria, não informou quem foram os autores dos disparos nem quando aconteceu o incidente, que foi confirmado depois pelo chefe de Operações da missão, Adnan Isa al Jodeir.

'Realmente sofreram um ataque por disparos cuja autoria ainda não pôde ser determinada', detalhou Jodeir, que destacou que os observadores continuaram sua missão no terreno e também se deslocaram a outras províncias do país como Deraa, Idlib e Rif Damasco.

Da sede da organização pan-árabe no Cairo, o responsável explicou que novos grupos de observadores viajarão para a Síria nos próximos dias, inclusive alguns do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e do Iraque.

Atualmente, 70 observadores árabes se encontram no país encarregados de comprovar que a Síria cumpre a iniciativa de solução à crise da Liga Árabe, que estipula o fim da violência, a libertação dos detidos nos protestos e a retirada militar, entre outros pontos.

Os opositores criticaram a atuação desta delegação por sua falta de meios, sua omissão perante certos atos de violência e perante os protestos contra o regime do presidente, Bashar al Assad, assim como por estar dirigida pelo general sudanês Mohammed Ahmad Mustafa al Dabi, envolvido com crimes na região sudanesa de Darfur.


Por enquanto, os observadores constataram violações de direitos humanos em Homs, mas sem determinar os culpados, e têm a obrigação de enviar relatórios periódicos ao Cairo sobre a situação.

Apesar da presença da missão árabe, a violência voltou a explodir hoje com força nas ruas do país, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que informou da morte de pelo menos 26 pessoas.

Entre as vítimas, dez perderam a vida em vários povoados dos arredores de Damasco, seis em Hama, cinco em Homs e outros cinco em Idlib.

Nesta última província, na fronteira com a Turquia, voltaram a ser registrados hoje choques entre supostos soldados desertores e o Exército sírio, que invadiu com carros de combate o município de Jan Shijun.

Outro ponto de preocupação para os opositores é a situação dos detidos desde que começaram os protestos em março passado, que segundo o Conselho Nacional Sírio ultrapassam as 100 mil pessoas.

O presidente do CNS destacou que muitos destes presos estão escondidos em centros de detenção militares e em contêineres carregados em navios no mar e correm o risco de ser executados.

Estas declarações contrastam com os últimos gestos do regime sírio, que ontem anunciou a libertação de 755 detidos sem delitos graves, que se somam aos mais de 4.300 libertados nos últimos meses.

Damasco segue acusando grupos terroristas de estarem por trás da violência que há uma semana provocou a morte de 44 pessoas na capital e parece aberto à chegada dos observadores internacionais sob uma série de condições.

Desde o início da revolta popular, mais de cinco mil pessoas morreram pela repressão governamental na Síria, segundo números das Nações Unidas, que alertou que o país se dirige rumo a uma guerra civil. EFE

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