Apesar da chegada do grupo à cidade, os bombardeios continuam nesta terça-feira em Homs, onde ao menos três pessoas morreram (Joseph Eid/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2011 às 09h15.
Cairo - Os observadores da Liga Árabe chegaram nesta terça-feira à cidade de Homs, no centro da Síria, uma das mais castigadas pela repressão, para comprovar a situação no terreno, informou à Agência Efe uma fonte da organização pan-árabe.
A delegação é formada por entre 12 e 15 analistas, liderados pelo general sudanês Mohammed Ahmed Mustafa al-Dabi, chefe da missão.
Os observadores têm a missão de verificar se as autoridades sírias cumprem com os pontos da iniciativa proposta pela Liga Árabe para dar uma saída à crise como o fim da violência.
Apesar da chegada do grupo à cidade, os bombardeios continuam nesta terça-feira em Homs, onde ao menos três pessoas morreram nos ataques das forças leais ao presidente Bashar al Assad, denunciaram os opositores Comitês de Coordenação Local.
O ativista da oposição Sherin Qabbani detalhou que ocorreram bombardeios em ao menos dois bairros, onde os carros de combate do Exército presentes no local foram escondidos por causa da visita dos observadores.
Outro grupo opositor, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, acrescentou que nesta manhã um de seus ativistas avistou 11 carros de combate deixando um bairro de Homs em "uma clara tentativa", na opinião dele, de esconder a presença ostensiva desses equipamentos dos observadores. Os carros foram levados para prédios próximos do Governo.
As informações não podem ser comprovadas de forma independente pelas restrições impostas pelas autoridades sírias ao trabalho da imprensa.
Homs e a província do mesmo nome são os principais redutos da oposição síria, onde nos últimos dias se intensificou a repressão dos protestos contra o Governo por parte das forças leais ao regime, com a morte na segunda-feira de mais 30 pessoas.
Há dois dias, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal órgão da oposição, pediu aos observadores que visitassem imediatamente Homs, que sofre "uma ameaça real de genocídio e de crimes contra a humanidade".
Desde que o início dos protestos em meados de março, mais de 5 mil pessoas morreram pela repressão governamental na Síria, segundo a ONU.