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Obama pede que se resista à 'histeria do Ebola'

ONU vê 'resposta animadora' a pedido de fundos


	Barack Obama: "É uma doença séria, mas não podemos ceder à histeria ou ao medo, porque isto só torna mais difícil que as pessoas consigam as informações exatas de que precisam"
 (Brendan Smialowski/AFP)

Barack Obama: "É uma doença séria, mas não podemos ceder à histeria ou ao medo, porque isto só torna mais difícil que as pessoas consigam as informações exatas de que precisam" (Brendan Smialowski/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2014 às 18h32.

O presidente americano, Barack Obama, pediu neste sábado que "não se ceda à histeria ou ao medo" frente à crise crescente do Ebola, enquanto a ONU considerou animadora a resposta a seu pedido de fundos.

"É uma doença séria, mas não podemos ceder à histeria ou ao medo, porque isto só torna mais difícil que as pessoas consigam as informações exatas de que precisam", disse Obama em seu discurso semanal.

Os Estados Unidos, onde um liberiano morreu de Ebola em 8 de outubro e duas enfermeiras americanas que trataram o paciente foram diagnosticadas com a doença, não enfrenta uma epidemia, assinalou Obama.

Os temores aumentaram em uma escola do Maine, depois que uma professora que participou de uma conferência no Texas, onde morreu o liberiano, foi obrigada a tirar 21 dias de licença, apesar de não haver evidências de que ela tenha entrado em contato com pessoas expostas ao Ebola.

Em sua ofensiva contra a doença, Obama designou um coordenador das ações de Washington para conter o Ebola e tentar frear a psicose que começa a tomar conta dos países ocidentais.

Mark Goldring, diretor da agência humanitária Oxfam, que atua nos dois países mais afetados pelo vírus, advertiu hoje que a epidemia "pode se tornar o desastre humanitário definitivo de nossa geração".

Resposta animadora

O pedido da ONU de 1 bilhão de dólares para a luta contra a epidemia ainda está longe de ser alcançado, mas um porta-voz da organização informou à AFP que as contribuições chegam diariamente.

"Foi animador ver a quantidade e a velocidade destes montantes", disse o porta-voz do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Jens Laerke.

Dos 998 milhões de dólares solicitados há um mês, a ONU disse hoje que recebeu 385,9 milhões de alguns governos e agências, com uma promessa de entrega de mais 225,8 milhões.

"Não lembro, em meu tempo no Ocha, de termos recebido tamanha resposta em um mês a um pedido de 1 bilhão de dólares", comentou.

Laerke assinalou, no entanto, que a necessidade de fundos continua. "Ninguém está sorrindo nesta crise, então não irei aplaudir e dizer que está tudo bem."

O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, criticou em Paris a falta de apoio internacional. "Certos países estão preocupados apenas com suas fronteiras."

Em um artigo publicado no jornal oficial Granma, o líder cubano Fidel Castro ofereceu hoje uma cooperação com os Estados Unidos na luta contra o Ebola, para evitar que a epidemia se espalhe pelo continente.

Apesar dos recursos limitados, Cuba se colocou na vanguarda da cruzada contra o Ebola, com o envio de 165 médicos e enfermeiros à África em 1º de outubro, aos quais se somarão outros nos próximos dias.

- Controle em aeroportos -

A França começou hoje a controlar a temperatura de passageiros procedentes de países africanos afetados pelo Ebola, como já fazem Grã-Bretanha, Canadá e Estados Unidos, apesar de especialistas não confiarem neste mecanismo.

"Estávamos em fila indiana, e médicos mediam a nossa temperatura à distância", contou Souhaib Bangoura, 35, um dos 150 passageiros que desembarcaram do voo Conakry-Paris.

Já o México, que tenta instalar uma barreira sanitária contra o Ebola em sua fronteira norte, examina minuciosamente emigrantes deportados.

Na Espanha, onde foi registrado o primeiro contágio fora da África, o estado de saúde desta pessoa melhorou, 11 dias após a sua internação. Outros casos suspeitos deram negativo.

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