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Obama pede prudência sobre tensões com o Irã

Presidente considerou que 'ainda há margem' para resolver as disputas em torno do programa nuclear do Irã pela via diplomática

Obama: "Cada vez que optamos por uma ação militar há um preço a pagar" (Saul Loeb/AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2012 às 20h07.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , se mostrou categórico em sua entrevista coletiva desta terça-feira ao pedir prudência a seus rivais políticos que reivindicam medidas militares contra o Irã devido ao programa nuclear da República Islâmica.

Obama escolheu justo a Super Terça, dia mais importante do calendário das eleições primárias do Partido Republicano, para realizar sua primeira entrevista coletiva formal na Casa Branca em seis meses, protagonizada pelo programa nuclear iraniano e na qual lançou duras críticas contra os candidatos republicanos.

O presidente considerou que 'ainda há margem' para resolver as disputas em torno do programa nuclear do Irã pela via diplomática e disse que as sanções internacionais já estão fazendo efeitos sobre o regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Para ele, a guerra 'não é um jogo'.

'Cada vez que optamos por uma ação militar há um preço a pagar. Às vezes é necessário, mas não é algo que vamos realizar sem pensar. Quando agimos sem pensar, a questão acaba envolvida em política, cometemos erros e não somos nós que pagamos o preço, mas os uniformizados (soldados)', declarou o presidente.

Segundo ele, uma guerra tem enormes consequências nas vidas dos soldados, na segurança nacional e na economia. 'Isto não é um jogo. Não tem nada de trivial', ressaltou. O presidente disse que as declarações feitas na campanha eleitoral republicana, que recomendam a via militar, são de pessoas que 'não têm muitas responsabilidades... não são o comandante-em-chefe'.

Era uma resposta ao principal candidato presidencial republicano, Mitt Romney, que criticou Obama em relação às tensões com o Irã: 'como presidente, estarei disposto a me envolver na diplomacia, mas estarei igualmente disposto a colocar em jogo nosso poderio militar'.


A entrevista coletiva desta terça-feira ocorre um dia após o presidente americano se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um encontro de três horas marcado pela questão iraniana.

Israel insinuou que cogita atacar as instalações nucleares iranianas nos próximos meses, pois considera o projeto atômico da República Islâmica uma ameaça grave demais.

Já os EUA expressaram oposição a essa possibilidade, pois acreditam que um ataque preventivo transformaria o Irã em vítima e teria sérias consequências na economia e segurança mundiais.

Em sua reunião com Netanyahu nesta segunda-feira, Obama ressaltou que os EUA sempre apoiarão Israel no que se refere à segurança da nação judaica. O presidente americano esclareceu nesta terça-feira que, com suas declarações de segunda, quis dizer que a segurança de Israel é algo que o preocupa. 'Não estava estabelecendo nenhuma doutrina militar para nenhuma ação militar'.

Em sua entrevista coletiva, Obama também descartou a possibilidade de realizar incursões aéreas contra o regime sírio sozinho - como sugeriu o senador republicano John McCain -, por considerar que a situação na Síria é muito diferente à da Líbia, onde a ONU autorizou uma zona de exclusão aérea no ano passado.

O presidente americano também fez um apelo a seus rivais republicanos para que apoiem uma reforma integral do sistema de imigração, rejeitada pela maioria deles até o momento, e expressou sua esperança que, nas eleições de novembro, a pujante comunidade latina, que representa a minoria de maior crescimento nos EUA, envie uma 'forte mensagem' de que essa medida é imprescindível.


Obama também afirmou que, em novembro, os democratas terão 'uma mensagem melhor' que a dos republicanos para enviar às mulheres, em referência à polêmica sobre o pagamento dos anticoncepcionais nos seguros médicos, que o governo busca tornar obrigatório para os empregadores, frente à oposição da Igreja Católica e de alguns republicanos.

A Casa Branca buscou apresentar a polêmica como um ataque republicano contra os direitos das mulheres, um grupo de eleitores crucial nas eleições de novembro.

Apesar de suas críticas aos republicanos, o presidente americano evitou ataques personalizados aos candidatos. Perguntado sobre as críticas de Romney contra ele, Obama se limitou a desejar-lhe 'boa sorte nesta noite', nas primárias da Super Terça.

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Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , se mostrou categórico em sua entrevista coletiva desta terça-feira ao pedir prudência a seus rivais políticos que reivindicam medidas militares contra o Irã devido ao programa nuclear da República Islâmica.

Obama escolheu justo a Super Terça, dia mais importante do calendário das eleições primárias do Partido Republicano, para realizar sua primeira entrevista coletiva formal na Casa Branca em seis meses, protagonizada pelo programa nuclear iraniano e na qual lançou duras críticas contra os candidatos republicanos.

O presidente considerou que 'ainda há margem' para resolver as disputas em torno do programa nuclear do Irã pela via diplomática e disse que as sanções internacionais já estão fazendo efeitos sobre o regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Para ele, a guerra 'não é um jogo'.

'Cada vez que optamos por uma ação militar há um preço a pagar. Às vezes é necessário, mas não é algo que vamos realizar sem pensar. Quando agimos sem pensar, a questão acaba envolvida em política, cometemos erros e não somos nós que pagamos o preço, mas os uniformizados (soldados)', declarou o presidente.

Segundo ele, uma guerra tem enormes consequências nas vidas dos soldados, na segurança nacional e na economia. 'Isto não é um jogo. Não tem nada de trivial', ressaltou. O presidente disse que as declarações feitas na campanha eleitoral republicana, que recomendam a via militar, são de pessoas que 'não têm muitas responsabilidades... não são o comandante-em-chefe'.

Era uma resposta ao principal candidato presidencial republicano, Mitt Romney, que criticou Obama em relação às tensões com o Irã: 'como presidente, estarei disposto a me envolver na diplomacia, mas estarei igualmente disposto a colocar em jogo nosso poderio militar'.


A entrevista coletiva desta terça-feira ocorre um dia após o presidente americano se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um encontro de três horas marcado pela questão iraniana.

Israel insinuou que cogita atacar as instalações nucleares iranianas nos próximos meses, pois considera o projeto atômico da República Islâmica uma ameaça grave demais.

Já os EUA expressaram oposição a essa possibilidade, pois acreditam que um ataque preventivo transformaria o Irã em vítima e teria sérias consequências na economia e segurança mundiais.

Em sua reunião com Netanyahu nesta segunda-feira, Obama ressaltou que os EUA sempre apoiarão Israel no que se refere à segurança da nação judaica. O presidente americano esclareceu nesta terça-feira que, com suas declarações de segunda, quis dizer que a segurança de Israel é algo que o preocupa. 'Não estava estabelecendo nenhuma doutrina militar para nenhuma ação militar'.

Em sua entrevista coletiva, Obama também descartou a possibilidade de realizar incursões aéreas contra o regime sírio sozinho - como sugeriu o senador republicano John McCain -, por considerar que a situação na Síria é muito diferente à da Líbia, onde a ONU autorizou uma zona de exclusão aérea no ano passado.

O presidente americano também fez um apelo a seus rivais republicanos para que apoiem uma reforma integral do sistema de imigração, rejeitada pela maioria deles até o momento, e expressou sua esperança que, nas eleições de novembro, a pujante comunidade latina, que representa a minoria de maior crescimento nos EUA, envie uma 'forte mensagem' de que essa medida é imprescindível.


Obama também afirmou que, em novembro, os democratas terão 'uma mensagem melhor' que a dos republicanos para enviar às mulheres, em referência à polêmica sobre o pagamento dos anticoncepcionais nos seguros médicos, que o governo busca tornar obrigatório para os empregadores, frente à oposição da Igreja Católica e de alguns republicanos.

A Casa Branca buscou apresentar a polêmica como um ataque republicano contra os direitos das mulheres, um grupo de eleitores crucial nas eleições de novembro.

Apesar de suas críticas aos republicanos, o presidente americano evitou ataques personalizados aos candidatos. Perguntado sobre as críticas de Romney contra ele, Obama se limitou a desejar-lhe 'boa sorte nesta noite', nas primárias da Super Terça.

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