Obama não menciona Trump em 1ª aparição após a Casa Branca
Ex-presidente vem se mantendo longe dos holofotes desde que deixou o cargo em janeiro
Reuters
Publicado em 25 de abril de 2017 às 10h39.
Chicago - Em sua primeira grande aparição desde que deixou a Casa Branca, o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama não fez menção a seu sucessor, Donald Trump, em discurso na segunda-feira, mas incentivou os jovens a se envolverem mais em suas comunidades em um momento de divisões políticas acentuadas.
"O que andou acontecendo desde que parti?", brincou o ex-presidente democrata ao moderar um evento na Universidade de Chicago, cidade onde iniciou sua carreira política e que irá sediar sua biblioteca presidencial.
Obama, que foi professor de Direito Constitucional, lembrou de sua juventude como ativista comunitário e disse a uma comissão de seis alunos atuais e já formados que decidiu se dedicar a encorajar jovens a se engajarem com suas comunidades após ocupar a Presidência.
"A coisa mais importante que posso fazer é ajudar de alguma maneira a preparar a próxima geração de líderes para que peguem o bastão e façam sua própria tentativa de mudar o mundo", disse ele a uma plateia de centenas de pessoas.
Obama vem se mantendo longe dos holofotes desde que deixou o cargo em janeiro, apesar dos esforços de Trump e do Congresso de maioria republicana para desfazer grande parte de seu legado, como nas áreas de saúde pública e meio ambiente.
O republicano Trump disse ter "herdado uma bagunça", e em março acusou Obama de plantar escutas na sede de sua campanha presidencial em 2016, sem apresentar provas.
Obama negou a acusação, e o diretor do FBI, James Comey, disse em uma audiência do Congresso que não encontrou indícios que apoiassem a alegação.
Os estudantes não questionaram Obama a respeito de Trump, e ele não respondeu a perguntas dos repórteres.
Afirmando que há tempos deseja suprimir a profunda divisão política do país, Obama disse: "É cada vez mais difícil encontrar um meio termo por causa do dinheiro na política".
"Os interesses especiais dominam os debates em Washington de maneiras que não combinam com o que a grande maioria dos americanos sente", disse.
Obama acrescentou que as mudanças nas formas como as pessoas usam a tecnologia lhes permite conversar somente com quem concorda com seus próprios pontos de vista.
No domingo, como parte de um programa para ajudar jovens em risco, Obama se encontrou em particular com homens da turbulenta região de South Side, em Chicago, para debater soluções para a violência e o desemprego que vêm assolando o bairro.
O ex-presidente, que juntamente com sua esposa, Michelle, assinou recentemente um acordo de 65 milhões de dólares por dois livros de memórias, deve viajar a Berlim para se encontrar com a chanceler alemã, Angela Merkel, no mês que vem.