Mundo

Obama presta homenagem nos 30 anos do Solidariedade

Presidente americano disse que sindicato que lutou pelo fim do comunismo é símbolo da luta pela liberdade

O embaixador americano na Polônia, Lee Feinstein lê a mensagem de Obama (AFP/Janek Skarzynski)

O embaixador americano na Polônia, Lee Feinstein lê a mensagem de Obama (AFP/Janek Skarzynski)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Gdansk, Polônia - O presidente americano, Barack Obama, prestou um tributo, nesta segunda-feira, aos 30 anos do Solidariedade, sindicato que se tornou um movimento de protesto na então Polônia comunista, afirmando que ele continua a inspirar todos aqueles que buscam a liberdade ao redor do mundo.

"Hoje, há aqueles que vivem sob a tirania e têm negados os direitos humanos. O movimento Solidariedade é uma fonte de inspiração na luta pela liberdade para todos os cidadãos do mundo", disse Obama em mensagem lida por Lee Feinstein, embaixador americano em Varsóvia, durante cerimônia comemorativa da data.

Obama lembrou as origens do Solidariedade, que se formou durante uma greve e que de sindicato tornou-se um movimento de protesto maciço que levou ao fim pacífico do regime comunista no país.

"Através do movimento Solidariedade, o povo da Polônia nos fez lembrar do poder que cada um de nós tem para escrever nosso próprio destino. Em face da tirania e da opressão, eles escolheram a liberdade e a democracia e, ao fazerem isto, mudaram seu país e o curso da história", escreveu Obama.

Feinstein leu a mensagem durante a cerimônia celebrada perto de Gdansk, cidade portuária na costa Báltica polonesa, onde trabalhadores de um estaleiro entraram em greve em agosto de 1980, em parte para solicitar a reintegração de colegas demitidos, inclusive o então eletricista Lech Walesa.

Liderados por Walesa, os grevistas conquistaram o reconhecimento relutante do regime de um sindicato livre - o Solidariedade -, um passo sem precedentes no bloco soviético.

As autoridades voltaram atrás em 1981 e impuseram a lei marcial para desmontar o Solidariedade, que cresceu e se tornou um movimento que chegou a contar com a adesão de 10 milhões de pessoas, ou um em cada quatro poloneses.

Apesar disso, o Solidariedade se manteve vivo na clandestinidade e Walesa ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1983.

O movimento voltou à cena em 1989, negociando um acordo eleitoral com o regime e emplacando uma vitória que aceleraria o fim da totalidade do bloco soviético, dois anos depois.


Walesa foi eleito presidente da Polônia em 1990 e cumpriu um mandato de cinco anos.

Agora com 66 anos, ele decidiu se ausentar da cerimônia desta segunda, que contou com a presença do presidente polonês, Bronislaw Komorowski, do premier liberal Donald Tusk, do líder da oposição conservadora, Jaroslaw Kaczynski, e de Jerzy Buzek, presidente polonês do Parlamento europeu.

No domingo, no entanto, ele participou, ao lado de Tusk, de uma cerimônia em memória das vítimas da repressão da era comunista no memorial de Gdansk.

Walesa não deixou sem explicações sua ausência, esta segunda-feira.

"Nós lutamos e conquistamos a democracia. Então, eu propus que o Solidariedade deixasse a política. Mas ele continuou a ser político, ao invés de se ocupar de questões sindicais", disse à AFP.

"Lamento que o Solidariedade de hoje não seja mais meu sindicato", acrescentou.

Walesa, que tem uma série de desavenças com antigos aliados do Solidariedade, criticou-os severamente por apoiar Jaroslaw Kaczynski nas eleições presidenciais de julho passado, motivadas pela morte do então presidente Lech Kaczynski em um acidente aéreo.

Os gêmeos Kaczynski e Walesa tiveram laços estreitos como ativistas do Solidariedade, mas se distanciaram no começo dos anos 1990.

Leia também sobre diplomacia

Siga as últimas notícias de Mundo no Twitter 

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosPersonalidadesPolíticosSindicatos

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos