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O plano da China para aterrissar na Lua

De volta à Terra, para a decolagem, a ideia é utilizar os mesmos motores usados na descida

WENCHANG, CHINA - MARCH 20: The Long March-8 Y3 carrier rocket carrying the relay satellite Queqiao-2 blasts off from the Wenchang Spacecraft Launch Site on March 20, 2024 in Wenchang, Hainan Province of China. China launched the Queqiao 2, or Magpie Bridge 2, on Wednesday morning en route to lunar orbit to pave the way for prospective expeditions to the moon. (Photo by Yuan Chen/VCG via Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 27 de março de 2024 às 12h59.

A Agência Espacial da China divulgou seus planos para aterrissagem na Lua. Se tudo correr como esperado, será na próxima década. A Nasa planeja fazer o mesmo em setembro de 2026, embora os atrasos observados até o momento indiquem que a o objetivo pode ser adiado.

Segundo informações do El País, até agora, a China já colocou três aparelhos na superfície lunar nos últimos anos e lançou com sucesso o satélite Queqiao-2 na semana passada - para melhorar a comunicação da Terra e apoiar as próximas missões na chamada face oculta e no polo sul da Lua.

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A China recentemente mostrou seus modelos de nave lunar com nomes específicos. Sua cápsula principal, que levará três astronautas à Lua e os trará de volta, será chamada Mengzhou (traduzida como “Nave dos sonhos”). Já o módulo de descida até a superfície foi batizado de Lanyue (“Abraço à Lua”).

O módulo chinês é mais inspirado no sistema russo (que nunca foi utilizado) do que no americano. Será montado sobre um foguete de grande porte, encarregado de executar a maior parte da desaceleração sobre a Lua até chegar a uma baixa altitude sobre o solo. Lá, irá se desprender, permitindo que o Lanyue complete os últimos metros da descida.

Pequim parece ter adotado uma solução idêntica à dos russos há 60 anos: um grande foguete descartável em plena descida e motores comparativamente fracos para a fase final do pouso.

De volta à Terra, para a decolagem, serão utilizados os mesmos motores usados na descida. Novamente, a mesma solução adotada no módulo lunar soviético dos anos 1960. Para maior segurança, aquele levava dois motores; o Lanyue terá quatro.

Se o módulo lunar chinês inteiro permanecer estacionado orbitando a Lua, abre-se uma interessante possibilidade: reabastecê-lo de combustível e utilizá-lo em uma segunda expedição.

A agência espacial chinesa ainda não esclareceu esse tópico.Uma manobra de reabastecimento em órbita exige domínio de duas técnicas: encontro automático e transferência de líquido de uma nave para outra. Em 2020, a China demonstrou com seu robô Chang'e 5 que resolveu o primeiro desafio.

A agência espacial chinesa adiantou que o Lanyue poderá operar manualmente ou em versão automática. O país desenvolveu sistemas de pouso automático que permitiram a descida várias vezes, não apenas na Lua, mas também em Marte.

Vale lembrar que nenhuma sonda chinesa jamais se chocou com a Lua. O modelo da nave lunar do país também inclui um veículo de quatro rodas dobrado e acoplado ao exterior da cabine.

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