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O mundo pra cá, Trump pra lá

Donald Trump anunciou na tarde desta quinta-feira uma das medidas mais potencialmente destrutivas de seu mandato: os Estados Unidos deixarão de cumprir sua parte no Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas. Trump também disse que qualquer parte não vinculante do acordo, como as ajudas financeiras, deixarão de ser cumpridas a partir de hoje. “Eu […]

TRUMP DE SAÍDA: quando um grande poupador negocia com um grande gastador, é de se esperar que haja grandes desequilíbrios / Kevin Lamarque / Reuters

TRUMP DE SAÍDA: quando um grande poupador negocia com um grande gastador, é de se esperar que haja grandes desequilíbrios / Kevin Lamarque / Reuters

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2017 às 18h58.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.

Donald Trump anunciou na tarde desta quinta-feira uma das medidas mais potencialmente destrutivas de seu mandato: os Estados Unidos deixarão de cumprir sua parte no Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas. Trump também disse que qualquer parte não vinculante do acordo, como as ajudas financeiras, deixarão de ser cumpridas a partir de hoje. “Eu não quero que nada fique no nosso caminho e é meu dever proteger a América e seus cidadãos, por isso os Estados Unidos estão saindo do acordo climático de Paris”, disse Trump.

Assinado em 2015, o acordo é uma das maiores iniciativas conjuntas já vistas para diminuir as emissões de gases de efeito estufa, e contava com a participação de mais de 190 países. É o primeiro acordo da história a juntar nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Além dos Estados, apenas Síria e Nicarágua estão fora do tratado. A saída americana coloca o futuro do acordo em xeque, já que o país é o segundo maior poluidor do planeta, atrás da China. Segundo o pacto, os Estados Unidos precisariam reduzir suas emissões entre 26 e 28% até 2025, tendo como base os índices de 2005.

“Nós estamos saindo, mas começaremos a negociar uma reentrada que seja justa para os Estados Unidos”, disse Trump, que acusou o acordo de ser uma “grande distribuição da riqueza americana para todos os outros países do mundo”.

Trump também disse que vai cortar a cota americana nas contribuições de países desenvolvidos para programas climáticos da Organização das Nações Unidas (ONU), os quais distribuem cerca de 100 bilhões de dólares por ano para nações como Brasil, África e Índia fazerem sua parte. “Continuaremos a ser o país mais limpo e verde do mundo. E vamos crescer rapidamente”, finalizou Trump.
Na ONU, enviados de países ricos e em desenvolvimento disseram que vão continuar comprometidos com o acordo, independentemente da presença americana. Novas alianças diplomáticas entre a Europa, a Índia e a China já começam a despontar para manter de pé o compromisso feito em 2015. Aliados próximos dos Estados Unidos avisaram que o país se encontraria isolado internacionalmente caso tomasse a decisão.

O embaixador chinês, Li Keqiang, que esteve em Berlim, disse em conversas com a chanceler alemã, Angela Merkel, que a China manterá seus compromissos com o Tratado de Paris, mas que uma ação conjunta será necessária para suprir o buraco deixado pelos Estados Unidos. O premiê chinês e líderes europeus participam, na sexta-feira, de uma reunião China-União Europeia na Bélgica. As duas partes devem divulgar um compromisso público para implementar totalmente o acordo de Paris, aumentar os investimentos em energia renovável e investir 100 bilhões de dólares para ajudar os países pobres a cumprirem as metas.

Trump terminou seu discurso, evidentemente, falando que vai fazer a “América grande de novo”. Nesta quinta-feira, no entando, deu mais um passo na direção do isolamento.

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