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O cúmulo da histeria, diz Lavrov sobre caso do ex-espião russo

O ministro das relações exteriores da Rússia criticou a acusação feita pelo Reino Unido e exigiu provas para colaborar com a investigação

Se há interesse na nossa colaboração, estaremos dispostos a analisar a possibilidade caso tenhamos os dados necessários, disse o ministro (Denis Balibouse/Reuters)

Se há interesse na nossa colaboração, estaremos dispostos a analisar a possibilidade caso tenhamos os dados necessários, disse o ministro (Denis Balibouse/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de março de 2018 às 10h03.

Moscou - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta sexta-feira que não teve conhecimento de nenhum fato concreto que indique o suposto envolvimento de seu país no envenenamento do ex-espião Sergei Skripal no Reino Unido.

"Não vimos nenhum fato concreto, só reportagens na televisão em que seus colegas dizem com semblante sério que se foi a Rússia, haverá uma resposta que a Rússia nunca esquecerá", disse Lavrov, em entrevista coletiva em Adis-Abeba, a capital da Etiópia.

"Isto não é sério. É pura propaganda e o cúmulo da histeria", acrescentou o ministro, que ofereceu a ajuda de Moscou na investigação.

"Se realmente há interesse na nossa colaboração com esta investigação, se a ajuda da Rússia for sinceramente necessária, estaremos dispostos a analisar esta possibilidade, desde que tenhamos os dados necessários", disse o ministro.

Lavrov também considerou que não é apropriado traçar paralelismos entre este caso e o da morte de outro ex-espião russo, Alexander Litvinenko, em 2006, também no Reino Unido, envenenado com uma substância radioativa que alguém colocou em uma xícara de chá.

"Estive vendo televisão. Não há como escapar disso. Mas começaram a traçar paralelismos com a morte de Litvinenko também no Reino Unido. Quero lembrar que a investigação sobre a morte de Litvinenko, da qual a Rússia foi culpada, não chegou até sua conclusão", afirmou Lavrov na entrevista coletiva, difundida pelos veículos de imprensa russos.

"Nós oferecemos nossos serviços, nossa cooperação, mas o sistema de justiça do Reino Unido considera que está acima disso. Para eles basta emitir um veredito sem fundamentos que está muito longe de ser exaustivo. Deixa dezenas de informações e fatos relacionados com esta tragédia debaixo do tapete", disse Lavrov, em relação às acusações britânicas nesse caso contra a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin.

Skripal, de 66 anos, e sua filha Julia, de 33, continuam internados em estado grave na cidade britânica de Salisbury (no centro da Inglaterra), onde no domingo passado foram envenenados "de forma proposital" com um agente nervoso, como confirmou ontem a Scotland Yard.

Muitas são as vozes que apontaram nos últimos dias para um possível envolvimento da Rússia no episódio devido a sua similaridade com o caso de Litvinenko.

Na última terça-feira, o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou no parlamento que se for descoberto que a Rússia esteve por trás da intoxicação, o governo britânico "tomará todas as medidas necessárias" para assegurar que nenhum crime fique "impune".

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