Homem caminha pela rua durante tempestade de neve em Nova York (Mike Segar/Reuters/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 17h59.
Nova York - Nova York e a costa nordeste americana aguardavam, nesta segunda-feira, uma colossal tempestade de neve, que já causou o cancelamento de milhares de voos e medidas de prevenção excepcionais, depois que autoridades advertiram que esta pode ser uma das nevascas "mais fortes já vistas".
Na cidade de Nova York, a nevasca começou pela manhã, mas a situação deve se agravar à tarde e na madrugada de segunda para terça-feira. Os prognósticos mais pessimistas falam de até 90 centímetros de neve, o que seria um recorde para a metrópole.
A tempestade, apelidada de "Juno" e que estaria acompanhada de ventos fortíssimos de até 120 km/h em algumas regiões, deve causar intensas quedas de neve no nordeste dos Estados Unidos, anunciou o instituto de meteorologia nacional, que emitiu o alerta de tempestade para Nova York e Boston até a fronteira canadense.
O primeiro impacto foi sentido no tráfego aéreo da costa nordeste americana. Na primeira hora da tarde já havia mais de 2.600 cancelamentos para esta segunda-feira e 3.300 para a terça-feira, a maioria nos três aeroportos nova-iorquinos (JFK, Newark e LaGuardia), segundo o site especializado Flightware.
"Esta pode ser uma das maiores tempestades de neve da história de Nova York", disse o prefeito Bill de Blasio, anunciando fortes medidas preventivas, entre elas a proibição de circulação de veículos privados pelas ruas e estradas da cidade a partir das 23H00 locais (02H00 de Brasília).
O governador de Nova York, Andrew Cuomo, informou em coletiva de imprensa que o metrô, usado diariamente por milhões de americanos, funcionará normalmente até a primeira hora da noite e a partir de então, terá seus serviços limitados.
O trem de subúrbio PATH, que liga Nova York à vizinha Nova Jersey, cruzando o rio Hudson, também interromperá seu serviço à noite.
Cuomo declarou estado de emergência em vários condados, inclusive os que abrangem Manhattan e várias regiões de Long Island, a grande ilha ao leste da cidade.
De Blasio anunciou um aumento do serviço de ambulâncias e um número maior de policias nas ruas. As escolas ficarão fechadas nesta terça-feira.
A sede da ONU, em Nova York, fechou na tarde desta segunda-feira e só reabrirá as portas na quarta-feira.
Filas nos supermercados
O recorde histórico para Nova York é de um acúmulo de 68 centímetros no Central Park em 16 horas entre 11 e 12 de fevereiro, segundo a Agência de Gestão de Emergência da cidade.
Inquieta com o prognóstico, a população se apressou em comprar equipamentos para lidar com a neve, como pás, sal para as ruas e raquetes para o gelo.
Em Nova York, desde domingo à noite os supermercados tinham filas com pessoas que queriam se abastecer com suprimentos.
O Departamento de Transporte estadual mobilizou equipamento adicional a Long Island (leste) e o vale do rio Hudson, que corta Nova York de norte a sul, com mais de 600 tratores de neve e 1.300 funcionários ativos.
Em Nova Jersey e Connecticut, as autoridades decidiram pelo fechamento total ou antecipado de algumas escolas nesta segunda.
O presidente americano, Barack Obama, atualmente na Índia, foi informado da intensa queda de neve que se espera no nordeste do país, principalmente de Nova York até Boston, indicou a Casa Branca.
"Funcionários da Casa Branca fizeram contato com as autoridades locais ao longo da costa leste para garantir que não dispõem dos recursos necessários para se preparar e reagir imediatamente à tempestade", declarou John Earnest, porta-voz do Executivo americano.
No total, mais de 50 milhões de pessoas podem ser afetadas por esta tempestade de neve, que poderia paralisar o transporte.