Número de seguranças privados no mundo é o dobro do de policiais
Apesar da crise econômica global, a segurança privada continua sendo uma das indústrias mais promissoras do mundo, empregando 20 milhões de pessoas
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2011 às 01h07.
Genebra - A segurança privada continua sendo uma das indústrias mais promissoras do mundo apesar da crise econômica global, empregando na atualidade ao menos 20 milhões de pessoas, quase o dobro de policiais na ativa.
A evidência consta no "Relatório de Armas Leves 2011" publicado nesta quarta-feira em Genebra pelo Instituto de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento, que reflete a forte expansão que o setor experimentou nas últimas duas décadas em todo o planeta.
O diretor da pesquisa, Robert Muggah, explicou em entrevista coletiva que "o principal fator do 'boom' parece ser a externalização por parte dos Governos de muitas funções relacionadas à segurança".
Muggah detalhou, no entanto, que os funcionários das empresas privadas de segurança têm em seu poder "muitas menos armas de fogo do que as forças de segurança".
O estudo, elaborado a partir dos dados de 70 países, indica que a segurança privada dispõe em conjunto de 4 milhões de armas de fogo, número bem inferior aos 26 milhões das forças de segurança e dos 200 milhões dos exércitos.
Os autores do relatório colocam a pergunta, para a qual não têm resposta, se esta tendência representa uma melhoria dos níveis de segurança ou, ao contrário, piora as condições.
"É inquestionável que está ocorrendo uma privatização generalizada da segurança", explicou Muggah, quem advertiu que a expansão da indústria não ajudou na melhoria dos mecanismos de acompanhamento e transparência.
"Apesar das evidências que algumas companhias de segurança privada compraram armas ilegalmente, que perderam armas por roubos ou que malversaram seus arsenais, não existe um sistema de informação sobre estes comportamentos", disse.
Lembram o caso de países que proíbem guardas privados de usar armas leves, o que não impede que em determinados locais, especialmente em zonas de conflito, estes agentes disponham de em média três armas.
O relatório destaca que há "uma distinção progressivamente confusa entre as forças de segurança privadas e as públicas" e que as multinacionais que encontraram um importante nicho de mercado não estão submissas a mecanismos confiáveis de controle.
Outro problema da influência corporativa é que os sistemas de supervisão estabelecidos pelas multinacionais do setor "são no geral frágeis para prevenir a contratação de pessoal privado de segurança conhecido por ter utilizado a força de maneira abusiva no passado".
A evidência mostra que as leis do mercado impulsionaram a indústria, já que, conforme o relatório, "o comércio legal de armas leves, armas pessoais e suas respectivas munição ascende anualmente US$ 7,1 bilhões".
Emile LeBrun, coordenador do relatório, assinalou que as guerras no Iraque e Afeganistão contribuíram ao aumento deste tipo de armas e enumerou a lista de países mais envolvidos neste comércio.
Os Estados Unidos continuam sendo o maior exportador, e também o maior importador, de armas pessoais e rápidas, já que a propriedade privada destas armas é habitual e culturalmente aceita.
No que diz respeito à exportação aparecem atrás dos EUA, nessa ordem: Itália, Alemanha, Brasil, Suíça, Israel, Áustria, Coreia do Sul, Bélgica, a Federação Russa, Espanha, Turquia, Noruega e Canadá.
Segundo os dados divulgados pelas autoridades alfandegárias, nas importações, atrás dos Estados Unidos figuram Canadá, Reino Unido, Alemanha, Austrália, França e Paquistão.
Genebra - A segurança privada continua sendo uma das indústrias mais promissoras do mundo apesar da crise econômica global, empregando na atualidade ao menos 20 milhões de pessoas, quase o dobro de policiais na ativa.
A evidência consta no "Relatório de Armas Leves 2011" publicado nesta quarta-feira em Genebra pelo Instituto de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento, que reflete a forte expansão que o setor experimentou nas últimas duas décadas em todo o planeta.
O diretor da pesquisa, Robert Muggah, explicou em entrevista coletiva que "o principal fator do 'boom' parece ser a externalização por parte dos Governos de muitas funções relacionadas à segurança".
Muggah detalhou, no entanto, que os funcionários das empresas privadas de segurança têm em seu poder "muitas menos armas de fogo do que as forças de segurança".
O estudo, elaborado a partir dos dados de 70 países, indica que a segurança privada dispõe em conjunto de 4 milhões de armas de fogo, número bem inferior aos 26 milhões das forças de segurança e dos 200 milhões dos exércitos.
Os autores do relatório colocam a pergunta, para a qual não têm resposta, se esta tendência representa uma melhoria dos níveis de segurança ou, ao contrário, piora as condições.
"É inquestionável que está ocorrendo uma privatização generalizada da segurança", explicou Muggah, quem advertiu que a expansão da indústria não ajudou na melhoria dos mecanismos de acompanhamento e transparência.
"Apesar das evidências que algumas companhias de segurança privada compraram armas ilegalmente, que perderam armas por roubos ou que malversaram seus arsenais, não existe um sistema de informação sobre estes comportamentos", disse.
Lembram o caso de países que proíbem guardas privados de usar armas leves, o que não impede que em determinados locais, especialmente em zonas de conflito, estes agentes disponham de em média três armas.
O relatório destaca que há "uma distinção progressivamente confusa entre as forças de segurança privadas e as públicas" e que as multinacionais que encontraram um importante nicho de mercado não estão submissas a mecanismos confiáveis de controle.
Outro problema da influência corporativa é que os sistemas de supervisão estabelecidos pelas multinacionais do setor "são no geral frágeis para prevenir a contratação de pessoal privado de segurança conhecido por ter utilizado a força de maneira abusiva no passado".
A evidência mostra que as leis do mercado impulsionaram a indústria, já que, conforme o relatório, "o comércio legal de armas leves, armas pessoais e suas respectivas munição ascende anualmente US$ 7,1 bilhões".
Emile LeBrun, coordenador do relatório, assinalou que as guerras no Iraque e Afeganistão contribuíram ao aumento deste tipo de armas e enumerou a lista de países mais envolvidos neste comércio.
Os Estados Unidos continuam sendo o maior exportador, e também o maior importador, de armas pessoais e rápidas, já que a propriedade privada destas armas é habitual e culturalmente aceita.
No que diz respeito à exportação aparecem atrás dos EUA, nessa ordem: Itália, Alemanha, Brasil, Suíça, Israel, Áustria, Coreia do Sul, Bélgica, a Federação Russa, Espanha, Turquia, Noruega e Canadá.
Segundo os dados divulgados pelas autoridades alfandegárias, nas importações, atrás dos Estados Unidos figuram Canadá, Reino Unido, Alemanha, Austrália, França e Paquistão.