Rua é interditada depois de uma série de explosões na China: segundo as autoridades, o nível de cianeto perto do local das explosões é 356 vezes superior ao limite de tolerância (AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2015 às 13h18.
Quatro novos focos de incêndios foram declarados nesta sexta-feira na zona portuária devastada por violentas explosões no dia 12 de agosto, em Tianjin, norte da China.
A cada instante surgem focos de incêndio devido à quantidade de produtos químicos inflamáveis derramados pela explosão dos depósitos do porto de Tianjin, segundo a agência oficial Xinhua.
Um dos novos focos ocorre em um depósito de automóveis importados, onde ao menos 3.000 veículos foram calcinados, embora o combustível estocado continue alimentando as chamas.
Segundo as autoridades, o nível de cianeto perto do local das explosões é 356 vezes superior ao limite de tolerância.
Mais de 4.460 soldados e policiais se encontram mobilizados na cidade para recuperar as substâncias perigosas e limpar a zona, segundo uma fonte militar.
A ONG Greenpeace, por sua parte, afirmou nesta sexta ter encontrado rastros de cianureto em um nível morado nas águas de superfície, perto do local da explosão e também no vizinho rio Haihe.
Nesse rio, foram encontrados milhares de peixes mortos, de acordos com as fotos postadas nas redes sociais.
No entanto, autoridades municipais afirmaram que que é comum ver peixes mortos no verão devido à má qualidade da água, contaminada pelos resíduos tóxicos jogados pelas fábricas.
No total, na quarta-feira foram detectados vestígios de cianeto em 25 pontos de água dentro da zona de isolamento.
Em outros 16 pontos do solo exterior, as autoridades detectaram cianeto em seis e abaixo dos limites tolerados.
A fábrica de produtos químicos na qual aconteceram as explosões na noite de 12 de agosto, armazenava quase 700 toneladas de cianureto de sódio, um componente altamente tóxico, segundo as autoridades.
O temor de uma contaminação de grande proporção continua presente, reforçado pela chuva que caiu na região no início da semana e pela eventual presença de outros produtos químicos no local, onde muitos contêineres ficaram danificados.
O cianeto de sódio, na forma de pó cristalino, libera em algumas circunstâncias cianeto de hidrogênio, um gás asfixiante e letal em caso de exposição prolongada.
A catástrofe deixou 116 mortos, destruiu parte da zona portuária e fábricas industriais, assim como um bloco de residências na área.
As equipes de emergência construíram barreiras de terra e areia para delimitar o perímetro de 100.000 metros quadrados ao redor do local das explosões e evitar qualquer vazamento de componentes tóxicos.
As autoridades também afirmam que o ar e a água em outras partes da cidade não representam risco para os 15 milhões de habitantes de Tianjin.
Mas muitos moradores estão preocupados e a organização de defesa do meio ambiente Greenpeace pediu prudência, assim como a continuidade das análises.
O presidente chinês Xi Jinping solicitou nesta quinta-feira, ao fim da reunião em que foi apresentado um relatório sobre a catástrofe, que os responsáveis pelas explosões respondam por seus atos.
Dez diretores da empresa proprietária do armazém foram detidos.
O comunicado divulgado pelo gabinete político destaca que a prioridade é salvar vidas e tratar os feridos, informou a agência estatal Xinhua.