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Novo porto vai impulsionar o comércio no Mediterrâneo

O diretor superintendente do Terminal de Tanger-Med, Etienne Rocher, concedeu entrevista a EXAME, por telefone, a respeito do mais novo porto da região mediterrânica. Localizado no estratégico Estreito de Gibraltar, o marroquino Tanger, uma obra de 160 milhões de euros, deve chegar à capacidade de 8 milhões de contêineres em 2013. O complexo portuário Tanger-Med […]

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

O diretor superintendente do Terminal de Tanger-Med, Etienne Rocher, concedeu entrevista a EXAME, por telefone, a respeito do mais novo porto da região mediterrânica. Localizado no estratégico Estreito de Gibraltar, o marroquino Tanger, uma obra de 160 milhões de euros, deve chegar à capacidade de 8 milhões de contêineres em 2013.

O complexo portuário Tanger-Med faz parte das novas obras da dinamarquesa APM Terminals. Qual o grande diferencial do Tanger?

São poucas as regiões tão privilegiadas quanto à de Tanger. O Estreito de Gibraltar é considerado estratégico para instalação de um porto. Não só por ligar a Europa ao norte da África, mas pela facilidade de realizar transações com os Estados Unidos e o restante das Américas. Além disso, ele é o ponto de entrada do Mediterrâneo, que permite o comércio com uma gama diversificada de países. 

O porto espanhol Algeciras é um dos mais importantes do Mediterrâneo. Como é a disputa comercial entre o Tanger e o Algeciras?

Os dois principais portos do Estreito de Gibraltar pertencem a APM Terminals: o recém-inaugurado Tanger-Med e o espanhol Algeciras. Eles concentram a atividade comercial do Estreito. Destaco que eles não concorrem diretamente pelos navios. Não há disputa pelo controle da região. Quando percebemos que o Algeciras estava perto de atingir a capacidade máxima, começamos a construir o Tanger.

Qual o prazo para o término da construção do Tanger?

A primeira fase do Tanger-Med está encerrada. Até o final do ano, o porto vai receber quinhentos mil TEU (contêineres com comprimento de exatos 6,1 metros). A partir de 2009, ele já poderá receber três milhões de TEU. Já estamos com o projeto de expansão encaminhado. Se nada atrapalhar as obras, a segunda fase deve virar realidade em 2013. A capacidade vai saltar para oito milhões de TEU todos os anos.

A maioria dos portos serve como uma etapa do processo de escoamento da produção e precisa de outras formas de transporte para ser eficiente. O Tanger segue esse mesmo caminho?

Não se pode dizer que o porto marroquino siga o mesmo modelo dos outros. Nós fazemos quase que exclusivamente uma modalidade de transporte pouco encontrada no setor. Os contêineres chegam em uma embarcação, ficam concentrados no pátio, e saem em outra diferente rumo aos grandes mercados consumidores. É incomum transportarmos essa mercadoria pelas rodovias e ferrovias existentes no Marrocos. Na verdade, apenas 5% delas têm esse destino.

O petróleo é a commodity mais valorizada no ambiente econômico. Os preços estão em patamares nunca antes visto. Quais as condições portuárias para embarcações transportadoras de petróleo?

As condições geográficas privilegiadas permitem que tenhamos condições de receber os grandes navios cargueiros de petróleo. Com a demanda em alta, o tráfego só aumenta no Mediterrâneo. A profundidade da água, na proximidade do porto, chega aos 18 metros, número difícil de encontrar no mundo. Essa completa acessibilidade facilita o descarregamento da produção. Sem filas e complicações regulatórias, o processo fica mais barato e dinâmico.

 

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