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Novo governo líbio presta juramento

Governo interino deve ficar no poder por sete meses, até a realização de eleições gerais

Al-Kib (E) aperta a mão de Jalil durnte encontro do novo gabinete em Trípoli (Mahmud Turkia/AFP)

Al-Kib (E) aperta a mão de Jalil durnte encontro do novo gabinete em Trípoli (Mahmud Turkia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2011 às 13h38.

Trípoli - O novo governo líbio, encarregado de reconstruir e unificar o país até as eleições gerais dentro de sete meses, prestou seu juramento nesta quinta-feira, constataram os jornalistas da AFP.

Os ministros juraram diante do chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafá Abdul Jalil, de "permanecer fiéis aos objetivos da revolução do 17 de fevereiro" e de "preservar a independência da Líbia, sua segurança e a unidade de seu território".

Alguns ministros, entre eles o da Defesa e do Petróleo, estavam ausentes e devem fazer o juramento nos próximos dias, afirmou o primeiro-ministro Abdel Rahim al-Kib.

"É um momento de grande felicidade, todo mundo está em êxtase. Tivemos uma reunião muito excitante, muito produtiva", disse à imprensa.

A composição do novo governo foi anunciada na terça-feira, mas foi rapidamente criticada, principalmente pelos Amazighs e em Benghazi, berço da insurreição que levou a queda de Muammar Kadafi. Os críticos afirmam que o leste do país não está bem representado.

"Digo para todos os meus irmãos na Líbia: estou a serviço de vocês e vou representá-los no governo", reagiu al-Kib.

"Quanto aos irmãos amazigh, eles são uma parte muito, muito, muito importante da nossa sociedade e o sangue amazigh corre em nossas veias", acrescentou.

Ele prometeu às outras regiões que não tiveram representantes no Governo que cada um terá sua parte.

"Haverá muitos empregos, os restos do (antigo) regime (presentes) em organismos e instituições do Estado serão limpos e colocaremos no lugar homens e mulheres de todas as partes da Líbia ", disse, prometendo representar "todo mundo" e " compartilhar a riqueza com todos".


Por outro lado, o Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio informou ao Tribunal Penal Internacional (CPI) que a Líbia deseja e está em condições de julgar Saif Al Islam, filho do falecido líder Muamar Kadafi, em uma carta cuja cópia foi enviada à AFP.

"O CNT afirma que o sistema judicial líbio tem, mais do que ninguém, a responsabilidade de julgar Sail Al Islam e que o Estado líbio tem a vontade e é capaz de julgá-lo", escreveu Abdul Jalil,em carta dirigida ao juiz Sanji Mmasenono Monageng, presidente da sala preliminar I do TPI.

Abdul Jalil, que assegurou que o CNT continuará trabalhando estreitamente com o TPI, também afirmou que o Conselho Nacional de Transição está investigando os supostos crimes cometidos por Saif Al Islam.

Na véspera, as autoridades líbias afirmaram que querem que o TPI continue com sua investigação sobre Saif al Islam Kadafi, segundo afirmou o procurador-geral do tribunal, Luis Moreno Ocampo.

O filho do ex-líder líbio foi capturado na semana passada no sul da Líbia e é alvo de uma ordem de prisão do TPI por crimes contra a humanidade, mas Trípoli afirmou que quer julgá-lo em seu território.

Al-Islam Kadafi, o último filho foragido do falecido ex-líder da Líbia, e procurado pelo TPI por supostos crimes contra a Humanidade, foi detido no dia 19.

Saif al-Islam foi apresentado durante muito tempo como o provável sucessor de Muamar Kadafi.

Segundo chefes militares do CNT, há um mês Saif al-Islam ficou ferido no bombardeio contra seu comboio quando deixava Bani Walid (170 km a sudeste de Trípoli) na queda desse bastião kadafista em meados de outubro.

Desde 27 de junho, Saif al-Islam, de 39 anos, era alvo de uma ordem de captura do TPI por suspeitas de crimes contra a Humanidade. Ele é acusado de ter tido "um papel-chave para executar um plano" concebido por seu pai para "reprimir por todos os meios" o levante popular.

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