Trump já disse que vai impor sobretaxa de 60% em produtos chineses caso eleito (Kevin Lamarque/Reuters)
Repórter colaborador
Publicado em 7 de fevereiro de 2024 às 05h32.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2024 às 05h33.
Uma novo governo de Donald Trump poderia ajudar a China. Pelo menos essa é a opinião de Eswar Prasad, professor da Universidade de Cornell e ex-responsável no FMI por assuntos relacionados à China.
"É provável que Trump aumente o protecionismo comercial, causando tensões nos setores de comércio e financeiro", disse Prasad ao Nikkei. No domingo, Trump afirmou que vai tarifas de mais de 60% sobre os produtos chineses se vencer as eleições presidenciais em novembro.
"Trump provavelmente se tornará mais isolacionista após retornar ao poder, o que levaria os Estados Unidos a perderem seu papel de liderança em importantes organizações internacionais e na abordagem de questões globais como a crise climática", disse Prasad. Para o economista, a China terá novamente oportunidade de aumentar seu poder e influência pelo mundo, principalmente na Ásia.
Prasad disse ainda que o país asiático está tomando medidas para ajudar a economia e o mercado de ações, mas existem limites para essas políticas.
"Os esforços do governo para restaurar a confiança do setor privado e impulsionar a economia ainda carecem de um amplo quadro de reformas", disse Prasad
A China tem sido incapaz de sustentar um crescimento mais sustentável mesmo mais de um ano após suspender os bloqueios impostos pela pandemia, abalando a confiança dos investidores. Pequim vem enfrentando múltiplos desafios, incluindo crises imobiliária e demográfica, além da pressão deflacionária.
Devido a essas fragilidades, será difícil para a China sustentar uma taxa de crescimento de 4% a 5% nos próximos anos, alertou Prasad.
A China ainda não anunciou sua meta de crescimento para este ano, mas alguns políticos disseram à Reuters que esperam que Pequim mantenha sua meta de crescimento de 5% para 2024.
No ano passado, a China registrou um crescimento do PIB de 5,2%. Foi um dos piores desempenhos da sua economia em três décadas.