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Novo embaixador da Guiana chega à Venezuela em meio a tensões diplomáticas

As tensões entre os dois países em torno da reivindicação centenária da Venezuela sobre o Essequibo, uma região rica em petróleo, se intensificaram nos últimos meses

Ainda não foi anunciado quando ele apresentará as cartas credenciais ao presidente venezuelano Nicolás Maduro (AFP/AFP)

Ainda não foi anunciado quando ele apresentará as cartas credenciais ao presidente venezuelano Nicolás Maduro (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 20h52.

O novo embaixador da Guiana em Caracas entregou nesta sexta-feira, 2, suas credenciais ao chanceler venezuelano, em um momento de tensão nas relações bilaterais.

"Recebemos as cartas credenciais do embaixador designado de Guiana na Venezuela, Richard Van West Charles", escreveu o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Yván Gil, na rede social X. "Trabalharemos em colaboração com ele e sua equipe para melhorar a comunicação efetiva entre nossos países".

Ainda não foi anunciado quando ele apresentará as cartas credenciais ao presidente venezuelano Nicolás Maduro.

As tensões entre os dois países em torno da reivindicação centenária da Venezuela sobre o Essequibo, uma região rica em petróleo, se intensificaram nos últimos meses, a ponto de despertar o temor de um conflito armado na região.

Clima de tensão

Gil se reuniu na semana passada em Brasília com seu contraparte de Guiana, Hugh Hilton Todd, como continuação de um compromisso assumido em dezembro pelos presidentes Maduro e Irfaan Ali de não intensificar a crise.

O chanceler venezuelano destacou então a importância de projetar "um plano de ação" para alcançar uma solução diplomática e instou Guiana a "reafirmar que nenhuma das partes recorrerá a ameaças ou invocação do uso da força".

Um encontro entre os presidentes está previsto, também em Brasília, antes de março.

A Venezuela afirma que o Essequibo, uma região de 160.000 km² rica em recursos naturais e minerais, faz parte de seu território desde a época em que era colônia da Espanha, apelando para o acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência de Guiana do Reino Unido. Esse acordo estabelecia bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899, que fixava as fronteiras que Georgetown pede à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que ratifique.

Embora seja uma disputa centenária, a controvérsia se intensificou em 2015, quando a petrolífera americana ExxonMobil descobriu grandes reservas de petróleo na área contestada.

As tensões aumentaram após a realização de um referendo sobre a soberania do Essequibo em 3 de dezembro na Venezuela, que impulsionou a criação de um estado formal naquele território, e depois com a chegada de um navio de guerra britânico às águas de Guiana, à qual a Venezuela respondeu mobilizando mais de 5.600 homens em exercícios militares perto da fronteira em disputa.

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