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Novo ataque no Quênia deixa 15 mortos

Atiradores foram de porta em porta horas antes do amanhecer na vila de Poromoko, ordenaram que residentes saíssem de suas casas e recitassem um credo islâmico

Soldados no Quênia: Militantes islâmicos com conexões na Somália reivindicaram a autoria (Stuart Price/AFP)
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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 12h52.

Mpeketoni/Nairóbi - Militantes islâmicos com conexões na Somália reivindicaram a autoria de um novo atentado que deixou pelo menos 15 mortos na região costeira do Quênia nesta terça-feira, um dia após outro atentado deixar quase 50 mortos na região.

Atiradores foram de porta em porta horas antes do amanhecer na vila de Poromoko, ordenaram que os residentes saíssem de suas casas e recitassem um credo islâmico, disse uma testemunha, que afirmou não ter visto o que aconteceu com aqueles que não conseguiram cumprir a ordem.

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Militantes do al Shabaab, da Somália, reivindicaram responsabilidade pelos ataques e disseram que continuarão sua campanha no leste da nação africana, cujo setor turístico tem sofrido pelo aumento da violência militante. O grupo militante disse estar punindo o Quênia por enviar tropas para a Somália para lutar contra seus combatentes islâmicos.

O presidente do Quênia, contudo, disse em pronunciamento à nação nesta terça-feira que os ataques foram planejados por "redes políticas locais", rejeitando a responsabilidade dos ataques reivindicada pelo grupo islâmico.

"O ataque em Lamu foi bem planejado, orquestrado e violência étnica motivada politicamente contra a comunidade do Quênia", disse o presidente Uhuru Kenyatta em um discurso à nação, referindo-se ao município Lamu, distante 30 quilômetros de Mpeketoni, onde ocorreu o ataque de domingo. "Este, portanto, não foi um ataque terrorista Al Shabaab. Evidências indicam redes políticas locais estiveram envolvidos no planejamento e na execução do crime hediondo", disse ele.

O atentado de domingo na cidade de Mpeketoni foi o pior episódio de violência desde que atiradores do al Shabaab invadiram um shopping em Nairóbi em setembro, deixando 67 mortos.

Os novos ataques geraram críticas ao governo por não tomar mais medidas para previnir uma série de ataques com armas e granadas na costa do país desde o episódio do shopping Westgate.

O al Shabaab declarou na segunda-feira o Quênia como “zona de guerra”, alertando turistas a deixar o país ou assumir “o próprio risco”. O Quênia disse que não retiraria suas forças da Somália e prometeu encontrar os atiradores.

“Esses ataques são infelizes e os perpetradores devem ser responsabilizados”, disse o ministro do Interior, Joseph Ole Lenku, a residentes de Mpeketoni, onde foi vaiado.

o ministro disse que 15 pessoas haviam morrido no ataque de terça-feira. “Este governo está cheio de conversa e nenhum ação”, disse um residente furioso de Mpeketoni, quando o ministro chegou à cidade. “Eles ficam falando que o país está seguro, e continuamos sofrendo nas mãos de terroristas”. O porta-voz de operações militares do al Shabaab, o xeque Abdiasis Abu Musab, disse que o grupo de atiradores mataram 20 pessoas no mais recente ataque, incluindo policiais. “Nossas operações no Quênia continuarão”, disse ele à Reuters.

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