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Nova York luta para voltar à normalidade após catástrofe

A noite de segunda para terça-feira ficará na memória dos 19 milhões de habitantes da área, que sofreram com ventos, inundações e cortes de eletricidade a níveis recorde

Destruição causada pela supertempestade Sandy em Nova York: Quase quatro milhões de lares seguem sem eletricidade (Andrew Burton/Getty Images/AFP)
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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 17h52.

Nova York - A região de Nova York luta nesta terça-feira para recuperar a normalidade após a ''catástrofe'' causada pela passagem da tempestade Sandy, que deixou um rastro de caos, destroços multimilionários e pelo menos 20 mortos.

A noite de segunda para terça-feira ficará na memória dos 19 milhões de habitantes da área, que sofreram com ventos, inundações e cortes de eletricidade a níveis recorde.

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Nesta manhã, a região amanheceu transformada em uma enorme zona de guerra cheia de inundações, edifícios danificados, árvores caídas e propriedades e infraestruturas destruídas.

Quase quatro milhões de lares dos estados de Nova York, Nova Jersey e Connecticut seguem sem eletricidade, em algumas áreas não há telefone (os cabos de ambos serviços foram derrubados por galhos ou árvores) e inclusive nem água potável.

A tempestade causou uma ''devastação inimaginável'' no litoral de Nova Jersey, disse o governador desse estado, Chris Christie, enquanto seu colega de Nova York, Andrew Cuomo, e o prefeito da cidade, Michael Bloomberg, falaram em ''catástrofe''.

A região já havia sofrido, embora em menor escala, os efeitos da tempestade tropical ''Irene'' há 14 meses.

Cuomo assegurou que o ''heroísmo'' dos serviços de resgate impediu que o número de vítimas fosse muito maior. Seu estado registrou 15 mortes, enquanto houve três em Nova Jersey e duas em Connecticut.

No total, o número de mortos nos EUA é de pelo menos 29, aos quais é preciso somar uma mulher falecida no Canadá na segunda-feira e os mais de 60 mortos deixados por Sandy no Caribe na semana passada, a maior parte no Haiti e em Cuba.


Durante o dia de hoje, equipes de emergência civis e militares se desdobraram, principalmente em Nova Jersey, para chegar às áreas inundadas e retirar as pessoas ilhadas em suas casas.

Em uma zona litorânea cheia de rios, ilhas, estreitos e canais, e com centenas de milhares de casas construídas em áreas baixas ou junto às praias, a alta recorde das águas teve as consequências destrutivas que os meteorologistas e autoridades previam.

''Vivi aqui 55 anos e nunca vi nada igual'', afirmou um morador de Island Park (Nova Jersey) a uma emissora local de televisão.

As zonas suburbanas também se viram muito afetadas. A queda de árvores não só causou a maior parte das vítimas, mas também derrubou os cabos da rede elétrica e telefônica, destruiu casas e automóveis e afetou o trânsito e a chegada de serviços de emergência.

Alguns postos de gasolina têm filas de centenas de metros de clientes que querem comprar combustível para os geradores domésticos de eletricidade.

A cidade de Nova York está começando a recuperar alguns serviços, mas a volta à normalidade nesta metrópole de mais de oito milhões de habitantes precisará de muitos dias.

O dano mais impactante na cidade foi o incêndio que calcinou totalmente cerca de 100 casas de Breezy Point, no bairro de Queens. Um cenário que um morador comparou com Hiroshima após a queda da primeira bomba atômica

''Tudo isto é incrível'', relatou à Efe Holly, uma nova-iorquina que teme que a recuperação da cidade seja ''muito lenta''.


Hoje foi retomado o trânsito pelas pontes, fechadas na segunda-feira pelos fortes ventos, enquanto vários túneis seguem vetados ao tráfego pelas inundações.

O metrô não poderá abrir em pelo menos cinco dias, já que muitos de seus túneis estão alagados, mas alguns ônibus começarão a operar ainda hoje gratuitamente.

Sandy causou ''o caos'' e ''a maior destruição'' no transporte público da cidade em seus 108 anos de história, reconheceu o responsável da administradora MTA, Joseph Lhota.

Os bairros nova-iorquinos de Manhattan e Brooklyn voltarão a ter eletricidade dentro de quatro dias, apesar da necessidade de ''pelo menos uma semana'' para restabelecer totalmente o serviço em todas as áreas afetadas, segundo reconheceu a empresa Con Edison.

Os aeroportos internacionais J.F. Kennedy e de Newark também reabrirão amanhã, enquanto LaGuardia permanecerá fechado devido às inundações em suas pistas.

Já a Bolsa de Nova York voltará a abrir normalmente amanhã e o mesmo se espera das sedes de algumas importantes empresas, mas as 1,7 mil escolas públicas da cidade, que têm 1,1 milhões de estudantes, seguirão fechadas pelo terceiro dia consecutivo.

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