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Nova tentativa por diálogo na Síria bate em oposição a Assad

Novos esforços da Rússia para realizar negociações de paz não devem progredir porque Moscou rejeita os pedidos do Ocidente para a saída do presidente sírio


	O presidente sírio, Bashar al-Assad: Moscou tem apoiado Assad há tempos, incluindo com armamentos
 (AFP)

O presidente sírio, Bashar al-Assad: Moscou tem apoiado Assad há tempos, incluindo com armamentos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 09h38.

Moscou/Beirute - Novos esforços da Rússia para realizar negociações de paz na Síria não devem progredir porque Moscou rejeita os pedidos do Ocidente para a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Moscou tem apoiado Assad há tempos, incluindo com armamentos, mas ele se tornou um aliado mais importante para a Rússia desde os protestos da Primavera Árabe que derrubaram líderes no Oriente Médio, alguns dos quais tinham laços próximos com o Kremlin. 

Com sua influência no Oriente Médio enfraquecida e o relacionamento com o Ocidente cada vez mais tenso por causa do conflito na Ucrânia, Moscou está tentando reiniciar as conversas na Síria que naufragaram em Genebra, em fevereiro deste ano. 

A Rússia diz que a ascenção de militantes do Estado Islâmico, que controlaram grandes faixas territoriais na Síria e no Iraque, torna urgente a união de todas as forças contra eles.

Mas diplomatas ocidentais dizem que Moscou não está oferecendo nenhuma solução nova.  Moscou convidou o ministro sírio de Relações Exteriores, Walid al-Moualem, para uma visita nesta semana após uma viagem semelhante de um ex-líder da oposição na Síria no começo de novembro.

“É importante que forças construtivas sírias de oposição reiniciem o diálogo político com representantes oficiais de Damasco frente aos perigosos desafios representados pelo terrorismo internacional”, disse o vice-ministro do Exterior da Rússia, Mikhail Bogdanov, na segunda-feira, de acordo com a agência de notícias Interfax. 

A Rússia diz que cooperar com Damasco é indispensável para combater “terroristas" em solo. Os Estados Unidos se recusam a cooperar com Assad em uma campanha de ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico e outros grupos militantes, iniciada em setembro.

Um diplomata ocidental que acompanha a Síria disse que Moscou não havia oferecido nada substancialmente novo. Os russos, recentemente, haviam repetido uma proposta para que Assad continuasse no poder por mais dois anos com um governo provisório, antes da realização de eleições presidenciais, nas quais ele poderia concorrer, disse o diplomata.  

A oposição síria e seus apoiadores árabes, além dos EUA, querem a saída de Assad do poder. 

“Exigir a saída de Assad não faz sentido agora que o inimigo principal de todos é o Estado Islâmico, e uma desestabilização final do poder na Síria pode beneficiá-los”, disse Fyodor Lukyanov, um analista de política externa com estreitos laços com autoridades russas.

Moscou reiterou que está pronto para intermediar conversas de paz na Síria, mas ainda não está claro quem representaria a oposição. 

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