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EUA atacaram refinarias de petróleo do Estado Islâmico

Moradores da região relataram que os militantes radicais já tomavam medidas para evitarem os ataques

Prédio do Estado Islâmico danificado perto da cidade síria de Raqqah, após ataque dos EUA (Divulgação via Reuters TV)

Prédio do Estado Islâmico danificado perto da cidade síria de Raqqah, após ataque dos EUA (Divulgação via Reuters TV)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 21h38.

Washington - Os Estados Unidos e seus aliados árabes lançaram uma segunda rodada de ataques aéreos na Síria durante a noite desta quarta-feira, atingindo refinarias móveis de petróleo controladas pelo Estado Islâmico, afirmou o Pentágono.

Moradores da região relataram que os militantes radicais já tomavam medidas para evitarem os ataques, movendo-se para áreas civis em cidades no leste do país.

As aeronaves atingiram 12 refinarias modulares de petróleo localizadas em áreas remotas do leste sírio, afirmou o Departamento de Defesa.

Autoridades norte-americanas disseram que as ofensivas recentes tinham como objetivo destruir uma das principais fontes de receita para as forças do Estado Islâmico, que rouba o petróleo das instalações sírias e vende no mercado negro.

Oficiais dos EUA informaram que o dinheiro do petróleo financiou as operações dos insurgentes no Iraque e na Síria. "Nós estamos sufocando a fonte de renda deles", disse uma autoridade norte-americana de alto escalão.

O Pentágono estima que o grupo militante lucre até US$ 2 milhões por dia com a venda ilícita de petróleo.

Este foi o segundo dia seguido de ataques na campanha contra a organização radical na Síria. Desde agosto, os EUA também lançam ofensivas aéreas contra o grupo no Iraque.

A série mais recente de ofensivas teve início com um bombardeio coordenado entre os EUA e a Jordânia contra uma área de testes do grupo extremista na fronteira do Iraque. Mais tarde, um ataque muito maior destruiu alvos em diversas localidades controladas pelos militantes.

Segundo autoridades, a participação da Jordânia nas ofensivas desta quarta-feira sinaliza o desejo dos aliados árabes de continuarem a participar dos ataques contra o Estado Islâmico.

Os primeiros bombardeios atingiram uma área próxima da fronteira entre o Iraque e a Síria, ao norte da cidade de Al Qa'im, afirmou o Comando Central dos EUA.

O território era utilizado para guardar veículos e oito caminhões foram destruídos, informou uma autoridade de defesa.

Oficiais afirmaram que os bombardeios não teriam como alvo campos fixos de petróleo, de forma a minimizar o impacto ambiental.

Em vez disso, os norte-americanos alvejaram pequenas refinarias móveis usadas pelo Estado Islâmico no entorno da província de Raqqa, no norte, e outras localidades no leste da Síria.

As refinarias modulares produzem entre 300 e 500 barris de petróleo refinado por dia, afirmou o Departamento de Defesa norte-americano em depoimento. Segundo o Exército, os primeiros indícios sugerem que os ataques foram bem sucedidos.

No leste, as refinarias móveis estão localizadas nas proximidades das cidades de Al-Mayadeen e Albukamal, na província leste de Deir Ezzour e na província vizinha de al-Hasakah, disse o Pentágono.

O Estado Islâmico usa as instalações para processar o petróleo extraído dos campos sírios em diesel. Esse combustível é, então, contrabandeado para a Turquia.

A habilidade dos militantes de financiarem suas operações não por meio de doações, mas por meio do petróleo, tornou-os um grupo particularmente perigoso, disseram autoridades norte-americanas.

Na primeira rodada de ataques aéreos, os alvos incluíram um edifício usado pelo grupo para controlar suas finanças, um sinal de que a estratégia dos EUA para reduzir o poder do grupo incluiria a destruição de suas fontes de financiamento.

Autoridades dos Estados Unidos informaram que aeronaves pilotadas por duas nações árabes acompanharam os aviões norte-americanos e os países aliados foram responsáveis por metade dos bombardeios.

Quando os ataques à Síria começaram no começo desta semana, oficiais dos EUA já haviam dito que jatos de cinco países árabes - Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Catar - dariam assistência às forças norte-americanas. 

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