Exame Logo

Ataque em bar LGBT+ deixa dois mortos em Oslo; polícia vê como "ato terrorista"

Marcha do orgulho LGBTQIA+ iria acontecer naquela tarde, mas foi cancelada

A polícia protege uma área no centro de Oslo após tiroteio em bar LGBTQIA+ (AFP/AFP Photo)
A

AFP

Publicado em 25 de junho de 2022 às 09h42.

Última atualização em 25 de junho de 2022 às 09h43.

A polícia norueguesa abriu neste sábado, 25, uma investigação por um "ato terrorista" após o tiroteio ocorrido em frente a três bares no centro de Oslo que deixou dois mortos e que obrigou o cancelamento da marcha do orgulho LGBTQIA+ marcada para a tarde.

Quer atingir a profissão mais valorizada na pandemia? Vire um "dev" com o curso de Data Science e Python da EXAME.

Veja também

O suposto autor do tiroteio, que causou duas mortes e 21 feridos, dez deles graves, é um norueguês de 42 anos de origem iraniana, conhecido dos serviços de inteligência internos, também encarregados do antiterrorismo, informou a polícia de Oslo.

"Ele é suspeito de homicídio, tentativa de homicídio e ato terrorista", disse o responsável da polícia Christian Hatlo, em entrevista coletiva. Esta acusação foi pautada "pelo número de feridos e mortos, pelo número de cenas de crime - pelo menos três - e [...] [porque] há boas razões para acreditar que ele teve a intenção de semear o terror", acrescentou.

Segundo a polícia, as vidas dos feridos não estão em perigo. O tiroteio ocorreu na manhã de sábado, por volta da 01h00 (20h00 de sexta no horário de Brasília), do lado de fora de um pub, o Per på hjørnet, onde duas pessoas morreram, segundo a mídia local.

Mais tarde, o agressor continuou atirando em frente a um clube gay próximo, o London Pub, no coração da capital norueguesa, que estava lotado.

"Há razões para pensar que se trata de um crime de ódio", acrescentou Hatlo, mencionando o tipo de estabelecimento visado, "especialmente o London Pub".

A marcha do Orgulho LGBTQIA+, que aconteceria na tarde de sábado em Oslo, foi cancelada.

Seguindo recomendações "claras" da polícia norueguesa, "todos os eventos relacionados ao 'Oslo Pride' foram cancelados", escreveram os organizadores em um comunicado publicado no Facebook.

Como demonstração de solidariedade, bandeiras de arco-íris e buquês de flores foram colocados perto do local do ataque, que foi isolado, observaram os jornalistas da AFP.

"Hoje nos lembra que o Orgulho é um dia pelo qual devemos lutar, que ainda não alcançamos o objetivo", disse Trond Petter Aunås perto do local dos fatos.

Até o momento, a polícia considera que o autor dos disparos agiu sozinho, embora ainda seja necessário apurar se teve ajuda para preparar o ataque. A polícia enviou reforços à capital para enfrentar possíveis incidentes.

"Cena de guerra"

O homem foi preso no sábado às 01h19 (20h19 de sexta, no horário de Brasília), cinco minutos após as primeiras ligações para a polícia. O suspeito teve desentendimentos com a polícia por delitos menores, como portar uma faca ou posse de drogas, explicou a fonte.

Duas armas foram apreendidas no local: uma arma automática e um revólver, que Hatlo descreveu como "antigas". Uma testemunha entrevistada pelo jornal Verdens Gang (VG) descreveu uma "cena de guerra".

"Havia muitas pessoas feridas no chão que tinham ferimentos na cabeça", relatou.

Um jornalista da emissora pública NRK presente no local explicou que o agressor chegou com uma bolsa da qual tirou a arma com a qual disparou.

"O tiroteio do lado de fora do London Pub em Oslo esta noite é um ataque horrível e profundamente chocante a inocentes", publicou o primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Støre no Facebook.

"Ainda não sabemos os motivos desse ato terrível, mas aos homossexuais que agora estão com medo e de luto, quero dizer que estamos todos juntos com vocês", acrescentou.

O governo planeja uma coletiva de imprensa à tarde.

O rei Harald se declarou "horrorizado" em um comunicado oficial. "Devemos nos unir para defender nossos valores: liberdade, diversidade e respeito", disse ele.

Geralmente pacífica, a Noruega experimentou um dia sombrio em 22 de julho de 2011, quando o extremista de direita Anders Behring Breivik matou 77 pessoas em um ataque com bomba na sede do governo em Oslo e um tiroteio em uma reunião de jovens do Partido Trabalhista na Ilha de Utoya.

(AFP)

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasCrimeDiversidadeLGBTNoruega

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame