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Nordeste ganha certificação "Caranguejo Verde"

Selo garante desde a captura correta dos crustáceos, respeitando idade e épocas de reprodução, até a correta higienização e estocagem

O Selo Caranguejo Verde visa a manutenção das populações de caranguejo e a preservação do ecossistema do manguezal.  (Divulgação/Embrapa)

O Selo Caranguejo Verde visa a manutenção das populações de caranguejo e a preservação do ecossistema do manguezal. (Divulgação/Embrapa)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2010 às 10h49.

São Paulo - A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou o Selo Caranguejo Verde, certificação que garante padrões ecologicamente corretos de captura, estocagem e transporte dos crustáceos vivos. O selo certifica bares, barracas de praia, restaurantes, veículos que transportam os animais e pontos de venda do crustáceo vivo.

O projeto do Selo surgiu em 2004, a partir de uma iniciativa do consultor gastronômico do Beach Park, Bernard Twardy, e do pesquisador da Embrapa Meio Norte, Jefferson Legat, oceanólogo dedicado ao estudo do caranguejo-uçá, proveniente do mangue do Delta do Rio Parnaíba – região que abastece 95% do mercado de Fortaleza.

Durante os anos de pesquisa, a Embrapa Meio Norte verificou que entre 25% e 55% dos crustáceos capturados no delta do rio Parnaíba e transportados para a cidade de Fortaleza morriam durante o transporte. Depois de vários testes, Jefferson Legat constatou que a melhor técnica para transportar os animais era sem amarras, em caixas de plástico, entre esponjas embebidas com água salgada. O pesquisador observou que, dessa forma, houve uma redução de danos físicos e de stress dos animais.

Entretanto, adotar as recomendações do Selo Caranguejo Verde exige esforços e investimentos de todos os envolvidos: a mudança vai desde a capacitação dos catadores sobre a captura correta dos crustáceos, respeitando a idade ideal e épocas de reprodução, até a higienização e a aquisição de materiais adequados para estocagem e transporte do animal.

As novas técnicas garantem a redução para valores inferiores a 5% na alta taxa de mortalidade dos crustáceos, evitando o maltrato à espécie, o desperdício e os impactos negativos no meio ambiente, na economia e na vida dos catadores. O Selo Caranguejo Verde também visa a manutenção das populações de caranguejo e a preservação do ecossistema do manguezal, a inclusão social por meio de remuneração mais digna aos catadores de caranguejo e a garantia dos direitos das crianças e adolescentes, com a exclusão do trabalho infantil.

Para Fabio Moreira, gerente de alimentos e bebidas do Beach Park, a conquista do Selo Caranguejo Verde é o resultado do forte trabalho desenvolvido em parceria com a Embrapa Meio Norte. “Hoje, o complexo turístico vem desempenhando um papel ativo no manuseio do crustáceo e contribui para a sustentabilidade na região do Porto do Tatus, onde fica a Associação dos Catadores da Ilha Grande (PI), local que abastece o Beach Park”, explica.

O complexo investe no projeto desde a sua concepção por acreditar em atitudes que promovam o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade da cadeia produtiva do caranguejo. A evolução e a implementação do Selo Caranguejo Verde garantem ao consumidor um produto com ainda mais qualidade, reduzindo os impactos ao meio ambiente e contribuindo para a sustentabilidade das comunidades que vivem do comércio do caranguejo, preservando a cadeia produtiva do crustáceo e evitando, assim, a sua extinção.

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