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Nordeste dos EUA começa a se reerguer após tempestade

Marcando a reabertura do mercado financeiro, o prefeito Michael Bloomberg tocou um sino na Bolsa de Nova York, que desde 1888 não passava dois dias fechada por motivos climáticos

Fila em posto de combustível em Edison, Nova Jersey
 (Brendan Smialowski/AFP)

Fila em posto de combustível em Edison, Nova Jersey (Brendan Smialowski/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2012 às 18h53.

São Paulo - O Nordeste dos Estados Unidos iniciou na quarta-feira sua árdua volta ao normal, depois de uma histórica tempestade que paralisou transportes, derrubou a energia para milhões de pessoas e matou 64 pessoas, causando uma enorme ressaca e uma épica inundação.

Marcando a reabertura do mercado financeiro, o prefeito Michael Bloomberg tocou um sino na Bolsa de Nova York, que desde 1888 não passava dois dias fechada por motivos climáticos. Os ônibus circularam lotados, porque o metrô continua paralisado, devido à entrada de água do mar nos túneis.

A tentativa de retomar a normalidade contrasta com as imagens de devastação na costa de Nova Jersey, Estado vizinho a Nova York. O governador de lá, Chris Christie, embarcou com o presidente Barack Obama no helicóptero Marine One para sobrevoar a região. Os dois políticos viram ruas submersas e casas em chamas.

"Se suas casas não estão danificadas demais, podemos com sorte levar vocês de volta", disse Obama a vítimas num centro para desabrigados na localidade de Brigantine. "O país inteiro está assistindo. Todo mundo sabe quão duramente Jersey foi atingida." A tempestade Sandy chegou à costa dos EUA na segunda-feira, depois de matar dezenas de pessoas no Caribe. Foi a maior tempestade a atingir os EUA em várias décadas, e deve se tornar uma das mais custosas da história.


Uma empresa especializada nesse tipo de avaliação disse que os prejuízos cobertos por seguros podem atingir 15 bilhões de dólares.

O número de mortos pela tempestade nos EUA já chega a 64, sendo 22 só na cidade de Nova York. Nove Estados registraram vítimas fatais.

Cerca de 375 mil moradores de áreas baixas em Nova York continuam proibidos de voltar para casa. Sem metrô, o prefeito determinou que só carros com pelo menos três ocupantes podem entrar em Manhattan.

Em Hoboken, no outro lado do rio Hudson, uma enxurrada na segunda-feira levou mais de um metro de água às ruas, logo depois de a energia ser interrompida. Na manhã de quarta-feira, a água continuava pelo joelho em muitas áreas.

"Achei que era o fim. Fiquei falando para os meus filhos rezarem, e foi isso que nós fizemos", disse Marcelina Rosário, 47 anos, que ficou ilhada no segundo andar do seu apartamento, em Hoboken. "Foi tudo muito rápido. A água começou a subir, a geladeira estava boiando." Os aeroportos Kennedy e Newark, que atendem Nova York, reabriram com serviços limitados, após o cancelamento de milhares de voos. O La Guardia, terceiro grande aeroporto da cidade, foi inundado e continua fechado.

Na quinta-feira, o metrô deve começar a funcionar parcialmente, e alguns trens regionais devem circular já na noite de quarta-feira.

Na localidade de Breezy Point, nos arredores de Nova York, 111 casas foram destruídas num incêndio durante a tempestade. "Parecem as fotos de Londres ou até de Dresden depois da Segunda Guerra Mundial", descreveu o senador Charles Schumer.

Mais de metade de todos os postos de gasolina em Nova Jersey em Long Island (Nova York) está fechada na quarta-feira por causa da falta de energia ou do fim dos seus estoques.

Na manhã de quarta-feira, cerca de 5,7 milhões de domicílios e empresas continuavam sem energia nos EUA. No auge da crise, o apagão chegou a atingir 8,5 milhões de usuários, superando o recorde anterior, no furacão Irene, em 2011.

A maratona de Nova York, no domingo, será mantida, mas o desfile de Hallowen no Greenwich Village, na quarta-feira, e o jogo de basquete entre New York Knicks e Brooklyn Nets, na quinta-feira, foram adiados.

Na Broadway, a maioria dos espetáculos cancelados desde domingo deve retomar as funções na quarta-feira.

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