Nomeação de islamitas causa protestos e renúncia no Egito
Nomeação de governadores islamitas feita pelo presidente egípcio provocou a renúncia do ministro do Turismo e manifestações no país
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2013 às 12h38.
Cairo - A nomeação pelo presidente egípcio, Mohamed Mursi, de governadores islamitas, incluindo um fundamentalista islâmico, para a região turística de Luxor (sul), provocou a renúncia do ministro do Turismo e manifestações e confrontos no norte do país.
Essas polêmicas nomeações aumentaram as tensões no Egito , onde a oposição convocou uma manifestação em massa contra Mursi para o próximo dia 30 de junho, primeiro aniversário de sua posse.
Neste contexto, Hisham Zazu declarou não poder "continuar a exercer as funções de ministro do Turismo" após a nomeação ao governo de Luxor de Adel al-Khayyat, membro do Partido da Construção e do Desenvolvimento, o braço político do grupo islamita radical Gamaa Islamiya.
Esse grupo realizou na década de 1990 uma campanha de ataques antes de renunciar a violência.
Em 1997, o Gamaa Islamiya assumiu a responsabilidade por um ataque a uma localidade turística próxima de Luxor, que matou 68 pessoas, incluindo 58 turistas.
A nomeação de Khayyat provocou ira no setor de turismo, muito rentável antes da revolta popular de 2011 que levou à queda do presidente Hosni Mubarak, mas que desde então sofre com a instabilidade política e os problemas de segurança.
Funcionários de empresas de turismo de Luxor ameaçaram bloquear o acesso aos templos faraônicos e a outros locais históricos da região, se o governo manter esta nomeação, considerando que esta decisão pode arruinar as esperanças de retomada desta atividade.
O primeiro-ministro Hisham Qandil rejeitou o pedido de demissão de Zazou e lhe pediu para permanecer no cargo até que a situação seja analisada, de acordo com um porta-voz do governo.
Mas, segundo o porta-voz, o ministro insistiu que não exercerá suas funções "enquanto o novo governador permanecer em seu posto, causando um grande prejuízo ao turismo no Egito e, particularmente a Luxor".
O presidente Mursi substituiu segunda-feira à noite 17 dos 27 governadores do país, nomeando sete membros da Irmandade Muçulmana, a qual pertence, e o salafista Adel al-Khayyat.
Essas mudanças reforçam o poder presidencial em postos estratégicos da organização administrativa e da segurança do país, a duas semanas das manifestações convocadas pela oposição para exigir a renúncia de Mursi.
A oposição acusa o presidente de querer estender o controle islâmico sobre o país e de ser incapaz de resolver os problemas econômicos do Egito.
Com a nomeação de Luxor, o chefe de Estado envia assim um poderoso sinal da abertura ao movimento salafista, que conquistou nas últimas eleições legislativas 25% dos votos.
Os salafistas exercem uma forte pressão sobre o governo em favor de uma islamização da sociedade egípcia.
Apenas seis dos 17 novos governadores são militares, enquanto antes de sua chegada ao poder, o Exército e os serviços de segurança ocupavam quase todos os cargos administrativos importantes.
As novas nomeações provocaram manifestações em várias cidades do Delta do Nilo, com um saldo de 26 feridos.
Em Tanta, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar partidários e opositores do novo governador, Ahmed al Beely, um membro da Irmandade Muçulmana, que entraram em confronto.
Também houve manifestações em Menufiya, Ismailiya, Damietta e Behaira.
Cairo - A nomeação pelo presidente egípcio, Mohamed Mursi, de governadores islamitas, incluindo um fundamentalista islâmico, para a região turística de Luxor (sul), provocou a renúncia do ministro do Turismo e manifestações e confrontos no norte do país.
Essas polêmicas nomeações aumentaram as tensões no Egito , onde a oposição convocou uma manifestação em massa contra Mursi para o próximo dia 30 de junho, primeiro aniversário de sua posse.
Neste contexto, Hisham Zazu declarou não poder "continuar a exercer as funções de ministro do Turismo" após a nomeação ao governo de Luxor de Adel al-Khayyat, membro do Partido da Construção e do Desenvolvimento, o braço político do grupo islamita radical Gamaa Islamiya.
Esse grupo realizou na década de 1990 uma campanha de ataques antes de renunciar a violência.
Em 1997, o Gamaa Islamiya assumiu a responsabilidade por um ataque a uma localidade turística próxima de Luxor, que matou 68 pessoas, incluindo 58 turistas.
A nomeação de Khayyat provocou ira no setor de turismo, muito rentável antes da revolta popular de 2011 que levou à queda do presidente Hosni Mubarak, mas que desde então sofre com a instabilidade política e os problemas de segurança.
Funcionários de empresas de turismo de Luxor ameaçaram bloquear o acesso aos templos faraônicos e a outros locais históricos da região, se o governo manter esta nomeação, considerando que esta decisão pode arruinar as esperanças de retomada desta atividade.
O primeiro-ministro Hisham Qandil rejeitou o pedido de demissão de Zazou e lhe pediu para permanecer no cargo até que a situação seja analisada, de acordo com um porta-voz do governo.
Mas, segundo o porta-voz, o ministro insistiu que não exercerá suas funções "enquanto o novo governador permanecer em seu posto, causando um grande prejuízo ao turismo no Egito e, particularmente a Luxor".
O presidente Mursi substituiu segunda-feira à noite 17 dos 27 governadores do país, nomeando sete membros da Irmandade Muçulmana, a qual pertence, e o salafista Adel al-Khayyat.
Essas mudanças reforçam o poder presidencial em postos estratégicos da organização administrativa e da segurança do país, a duas semanas das manifestações convocadas pela oposição para exigir a renúncia de Mursi.
A oposição acusa o presidente de querer estender o controle islâmico sobre o país e de ser incapaz de resolver os problemas econômicos do Egito.
Com a nomeação de Luxor, o chefe de Estado envia assim um poderoso sinal da abertura ao movimento salafista, que conquistou nas últimas eleições legislativas 25% dos votos.
Os salafistas exercem uma forte pressão sobre o governo em favor de uma islamização da sociedade egípcia.
Apenas seis dos 17 novos governadores são militares, enquanto antes de sua chegada ao poder, o Exército e os serviços de segurança ocupavam quase todos os cargos administrativos importantes.
As novas nomeações provocaram manifestações em várias cidades do Delta do Nilo, com um saldo de 26 feridos.
Em Tanta, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar partidários e opositores do novo governador, Ahmed al Beely, um membro da Irmandade Muçulmana, que entraram em confronto.
Também houve manifestações em Menufiya, Ismailiya, Damietta e Behaira.