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Noiva de Khashoggi denuncia príncipe saudita nos EUA

Khashoggi foi assassinado e esquartejado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, aonde havia ido buscar um documento

Hatice Cengiz: noiva do jornalista saudita Jamal Khashoggi apresentou uma denúncia em Washington (Zach Gibson/Getty Images)
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AFP

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 17h03.

A noiva do jornalista saudita Jamal Khashoggi , assassinado em Istambul em 2018, apresentou nesta terça-feira (20) uma denúncia em Washington contra o príncipe-herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, e vários outros suspeitos de envolvimento no crime.

Colaborador do jornal The Washington Post e crítico do governo de Riade, do qual já foi próximo, Khashoggi foi assassinado e esquartejado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, aonde havia ido buscar um documento. Seus restos nunca foram encontrados.

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Hatice Cengiz, sua noiva de nacionalidade turca, estima que membros da embaixada saudita em Washington "atraíram" o jornalista "ao consulado saudita na Turquia através de um ardil (segundo o qual) era o único lugar em que poderia obter o documento que precisava".

"Esta falsa orientação ocorreu nos Estados Unidos e faz parte de uma conspiração maior destinada a impactar diretamente as atividades políticas de Khashoggi nos Estados Unidos", diz a denúncia apresentada em um tribunal federal americano.

A denúncia aponta especialmente para o príncipe-herdeiro saudita e para "muitos membros de seu círculo próximo", entre eles o ex-conselheiro Saoud al-Qahtani e o ex-número-dois da inteligência, o general Ahmed al-Assiri.

Ambos foram identificados pelos investigadores turcos como organizadores do assassinato e foram processados por um tribunal de Istambul.

Cengiz exige uma indenização, cujo valor deveria ser estabelecido pela Justiça.

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A morte de Khashoggi mergulhou a Arábia Saudita em uma de suas piores crises diplomáticas e prejudicou a imagem do príncipe herdeiro, que foi apontado por turcos e americanos como arquiteto do crime.

Após negar o assassinato, Riad afirmou que foi cometido por agentes que agiram por conta própria e sem receber ordens de seus superiores.

Em dezembro passado, cinco sauditas foram condenados à morte e outros três a penas de prisão por um tribunal saudita. As penas de morte foram comutadas em setembro.

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