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Nobel da Paz à UE é ilegal, afirmam Tutu, Esquivel e Maguire

Os três premiados consideram que a União Europeia não age em favor de uma ordem mundial desmilitarizada, o que a impediria de receber o Nobel


	Desmond Tutu: ele ganhou o prêmio em 1984
 (Stephane de Sakutin/AFP)

Desmond Tutu: ele ganhou o prêmio em 1984 (Stephane de Sakutin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 07h54.

Estocolmo - Três ganhadores do Nobel da Paz, o sul-africano Desmond Tutu, o argentino Adolfo Pérez Esquivel e a norte-irlandesa Mairead Maguire, consideram que a União Europeia (UE) não deveria receber o prêmio 2012, em uma carta à Fundação Nobel transmitida na quinta-feira à AFP.

A UE "claramente não é 'a campeã da paz' que Alfred Nobel tinha em mente quando redigiu seu testamento", consideraram os três premiados em sua carta aberta.

"O comitê Nobel norueguês redefiniu e remodelou o prêmio de tal maneira que não é conforme a lei", criticam, argumentando que o Comitê deveria ter respeitado as últimas vontades do industrial e filantropo sueco.

Em seu testamento, Alfred Nobel, falecido em 1896, considerava que o prêmio deveria recompensar "quem tivesse agido mais ou menor em pró da fraternização dos povos, da abolição ou redução dos exércitos permanentes e da formação e difusão de congressos para a paz".

Os três premiados consideram que a União Europeia não age em favor de uma ordem mundial desmilitarizada.

Em consequência, pedem que o prêmio (de 8 milhões de coroas suecas, 925 mil euros) não seja entregue ao bloco.

Desmond Tutu ganhou o prêmio em 1984, Maired Maguire em 1976 e Adolfo Péres Esquivel em 1980. Sua carta também é assinada por membros de organizações para a paz.

O Nobel da Paz foi atribuído no dia 12 de outubro à UE por sua obra a favor da "paz, da reconciliação, da democracia e dos direitos humanos na Europa" e será entregue no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel.

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