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Quênia vai às urnas nesta terça-feira

A maior economia da África Oriental tem eleições para escolher um novo presidente, e a expectativa é de confrontos violentos

Quênia: os avanços econômicos não têm conseguido fazer o país deixar de lado os conflitos étnicos e políticos (Thomas Mukoya/Reuters)
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EXAME Hoje

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 06h16.

Última atualização em 8 de agosto de 2017 às 07h55.

Nesta terça-feira, a maior economia da África Oriental vai às urnas para escolher um novo presidente, e a expectativa é de confrontos violentos. No Quênia , desde 1992, quando foi criado o sistema multipartidário, as urnas são manchadas de sangue e nem os avanços econômicos têm conseguido fazer o país deixar de lado conflitos étnicos e políticos. Desta vez, a disputa presidencial é entre duas tradicionais dinastias e está apertada: as pesquisas apontam empate entre o atual líder do país, Uhuru Kenyatta, que busca a reeleição, e o opositor Raila Odinga.

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O embate de agora é o mesmo de 2013, quando Odinga denunciou uma fraude no sistema eleitoral, mas o caso não foi investigado. Em 2007, quando ele também concorreu e também denunciou fraudes, o anúncio da derrota para o presidente Mwai Kibaki terminou em guerra entre os opositores e o exército — resultando na morte de mais de 1.300 pessoas e mais de 600.000 desalojadas de suas casas. Odinga teve o apoio do ex-presidente americano Barack Obama e era conclamado como “o presidente do povo” por seus apoiadores.

Desta vez, a credibilidade do processo já está em xeque mais uma vez. O gerente de tecnologia de informação da comissão eleitoral independente, Chris Msando, foi torturado e assassinado menos de dez dias antes das eleições. O medo de novos conflitos fez o governo preparar mais de 180.000 policiais e soldados para reforçar a segurança nas bases eleitorais.

A tensão é tão grande que, conforme disse a observadora do país na União Européia, Marietje Schaake, ao jornal alemão Deustche Welle, as eleições se tornaram “uma questão de vida ou morte” e diversas empresas dispensaram os funcionários para que deixassem a capital Nairobi e estão de portas fechadas desde o final de semana.

Apesar de o Quênia estar crescendo (no ano passado, o crescimento do PIB foi de 5,9%), o país ainda é extremamente pobre. O PIB per capita fica em torno dos 1.100 dólares, um décimo do brasileiro. Este ano, a economia deve registrar uma alta de 5,5%, impactada por uma seca que assola o país. Com a escassez de água, a produção de alimentos foi severamente prejudicada, e o preço da energia disparou. A situação é tão grave que cerca de 60.000 crianças correm o risco de morrer de fome, e a ONU já alertou para o que é a mais grave crise humanitária desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Neste cenário, uma eleição apertada traz mais medo que esperança.

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