Primeiro-ministro Binyamin Netanyahu enfrenta recuperação após cirurgia enquanto processo judicial por corrupção é adiado. (Jacquelyn Martin/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 30 de dezembro de 2024 às 13h13.
Última atualização em 30 de dezembro de 2024 às 13h19.
Na semana passada, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de 75 anos, foi submetido a uma cirurgia para remover a próstata, devido a um aumento benigno do órgão que causou uma infecção urinária. O procedimento, realizado no Centro Médico Hadassah, em Jerusalém, foi concluído com sucesso, mas demandará dias de recuperação no hospital.
A cirurgia foi realizada em uma área subterrânea do hospital, medida adotada para evitar riscos associados a ataques de mísses contra a cidade, um temor crescente após recentes disparos vindos de Gaza e do Iêmen.
Durante o período em que Netanyahu esteve anestesiado, o ministro da Justiça, Yariv Levin, atuou como primeiro-ministro interino, enquanto o ministro da Defesa, Israel Katz, ficou responsável por eventuais convocações do gabinete de segurança.
Em função de sua recuperação, o tribunal distrital de Jerusalém aceitou o pedido de adiamento das audiências relacionadas às acusações de corrupção contra o premiê. Netanyahu, que deveria prestar depoimento no dia 6 de janeiro, já havia dado declarações no último dia 10, quando reafirmou sua inocência e denunciou o que considera uma perseguição política. Ele argumentou que pode conduzir o país em meio à guerra e responder às acusações de forma paralela.
Netanyahu é acusado de suborno, fraude e quebra de confiança em um caso que envolve negociações fraudulentas com empresas de mídia e subornos ao empresário Shaul Elovitch, dono de uma das maiores empresas de telecomunicações do país.
Em troca de cobertura favorável ao governo, Netanyahu teria concedido aprovações regulatórias vantajosas a Elovitch. Além disso, ele e sua esposa, Sara Netanyahu, são acusados de aceitar mais de US$ 260 mil (R$ 1,5 milhão) em artigos de luxo, como joias, champanhe e cigarros, em troca de favores políticos.
O primeiro-ministro nega todas as acusações, afirmando ser alvo de investigações politicamente motivadas. Em comunicado, declarou que a verdadeira ameaça à democracia israelense é representada por autoridades que tentam invalidar a escolha dos eleitores com investigações "inaceitáveis em qualquer democracia".
Desde o início do julgamento, em maio de 2020, o processo foi interrompido diversas vezes, incluindo uma pausa durante o conflito em Gaza, que começou após os ataques do Hamas em outubro de 2023.
Esta é a segunda vez em 2024 que Netanyahu passa por um procedimento sob anestesia geral. Em março, ele foi submetido a uma cirurgia na coluna, enquanto em 2023 precisou colocar um marcapasso. Apesar dos desafios de saúde, relatórios médicos recentes indicaram que Netanyahu está em boas condições físicas e que o marcapasso está funcionando corretamente.