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Netanyahu: maior ameaça à paz mundial é um Irã nuclear

"Nada ameaça mais a paz mundial que um Irã com uma arma nuclear", disse Netanyahu nos debates da 67ª sessão da Assembleia Geral da ONU

Benjamin Netanyahu discursa sobre a questão nuclear iraniana: Netanyahu focou sua mensagem no plenário da ONU no Irã e seu programa nuclear (©AFP/Getty Images / Mario Tama)

Benjamin Netanyahu discursa sobre a questão nuclear iraniana: Netanyahu focou sua mensagem no plenário da ONU no Irã e seu programa nuclear (©AFP/Getty Images / Mario Tama)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2012 às 18h04.

Nações Unidas - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira na ONU que a principal ameaça para a paz mundial é um Irã com uma armas nucleares, por isso pediu que sejam estabelecidas "linhas vermelhas" a Teerã para que interrompa seu programa atômico.

"Nada ameaça mais a paz mundial que um Irã com uma arma nuclear", disse Netanyahu nos debates da 67ª sessão da Assembleia Geral da ONU, na qual lamentou que nem as sanções ou a diplomacia tenham contido os esforços do Irã para obter armas nucleares.

Ele afirmou que já é "tarde demais" para deter a ameaça que o Irã representa para o mundo, já que, como demonstrou com um diagrama que apresentou no plenário da ONU, Teerã pode ter urânio enriquecido o suficiente para conseguir uma arma nuclear "antes do próximo verão".

O Irã está submetido a sanções internacionais do Conselho de Segurança da ONU e também de União Europeia (UE), Estados Unidos e outros países, pelo convencimento de que seu programa nuclear pode ter uma vertente nuclear, o que Teerã nega e afirma que é exclusivamente civil e pacífico.

"Se lhe for imposta uma linha vermelha clara, cederá", disse o primeiro-ministro israelense, que assegurou que, se o Irã tiver acesso a uma arma nuclear, o efeito seria similar ao caso de a rede terrorista Al Qaeda também tê-lo.

Esse limite seria a solução "pacífica" proposta por Israel, já que, por enquanto, disse Netanyahu, "a diplomacia não funcionou", pois Teerã a utilizou "para ganhar tempo e avançar em seu programa nuclear", e as sanções - "as mais severas que foram impostas" - também não detiveram o programa nuclear iraniano.


"As linhas vermelhas não conduzem à guerra, mas a previnem", explicou o israelense, para quem os limites da Otan "mantiveram a paz na Europa por cerca de meio século", como também evitaram um conflito as medidas do presidente americano John F. Kennedy na Crise dos Mísseis de Cuba de 1962.

Netanyahu pediu uma medida que contenha os esforços iranianos em enriquecer urânio, algo para o qual se requer "muito tempo" nas "ainda vulneráveis" usinas iranianas, mas que ser alcançado em 2013.

"Restam então muito poucos meses, possivelmente poucas semanas, para que (o Irã) consiga suficiente urânio enriquecido para sua primeira bomba", ressaltou o premiê.

Netanyahu focou sua mensagem no plenário da ONU no Irã e seu programa nuclear, e dedicou pouco espaço ao conflito com os palestinos e o estagnado processo de paz.

"Não solucionaremos nosso conflito com discursos na ONU, nem com declarações unilaterais de Estado, mas temos que nos sentar para dialogar para que um Estado palestino desmilitarizado reconheça o único Estado de Israel", afirmou minutos depois do discurso do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Por sua vez, Abbas tinha pedido um prazo à Assembleia Geral da ONU para que reconheça um Estado palestino não membro do órgão internacional, o que lhe abriria as portas em diversas de suas agências e instituições. 

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