Mundo

Netanyahu fala em planos de urbanização para colônias

Projeto do Ministério da Habitação prevê o planejamento de 20 mil casas em assentamento judeus por toda a Cisjordânia


	Benjamin Netanyahu: de acordo com a imprensa local, primeiro-ministro de Israel, estava ciente das licitações para a urbanização
 (Gali Tibbon/AFP)

Benjamin Netanyahu: de acordo com a imprensa local, primeiro-ministro de Israel, estava ciente das licitações para a urbanização (Gali Tibbon/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2013 às 15h59.

Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, bloqueou nesta terça-feira a construção na polêmica zona E-1 ao leste de Jerusalém, ao revelar que o Ministério da Habitação exigirá planos de urbanização para dezenas de colônias.

O projeto do Ministério da Habitação, nas mãos do ultranacionalista Uri Ariel, prevê o planejamento de 20 mil casas em assentamento judeus por toda a Cisjordânia, número recorde que teria impacto devastador no processo de paz.

"Não se cancelou a construção, o que se licita é o planejamento urbanístico, que é um passo muito inicial", explicou a Efe Pepe Alalo, vereador do partido pacifista Meretz na Prefeitura de Jerusalém.

A construção, que pode demorar anos, deve ser aprovada pelo primeiro-ministro, que por enquanto se limitou a bloquear as 1.400 casas que ficariam na área conhecida como E-1.

Situada entre Jerusalém Oriental - habitada por cerca de 250 mil palestinos, e o assentamento de Ma"aleh Adumim, a construção nessa área interromperia a continuidade territorial palestina e impediria a criação de um Estado.

Há alguns anos, a intenção de Israel de construir ali esbarrou na taxativa condenação da comunidade internacional e as ameaças diplomáticas dos Estados Unidos.

Sobre o resto do projeto, que inclui mais de 18 mil casass, Alalo explicou que se trata sem dúvida de "uma mensagem nada boa", e considerou como "uma provocação" quando se está em plena negociação de paz entre israelenses e palestinos.

"As negociações são simplesmente para as aparências. Na realidade o governo pretende destruir a possibilidade de dois Estados e semear os territórios (ocupados) de novos colonos", se queixou o movimento Paz Agora.

Alalo o atribuiu ao jogo político interno no governo de Netanyahu, já que alguns de seus ministérios estão nas mãos de políticos ultranacionalistas que querem demonstrar que antecipam sua agenda colonizadora, e a uma estratégia para mostrar a Washington "dizer que Israel faz o que quiser".

De acordo com a imprensa local, Netanyahu estava ciente das licitações para a urbanização.

Segundo a legislação, a autorização para a construção de colônias só pode ser dada pelo ministro da Defesa, por se tratar de um território sob ocupação militar, competência que foi transferida a Netanyahu na última legislatura.

O plano do Ministério da Habitação recupera o anúncio que o primeiro-ministro fez no final de 2012 para retomar a construção em massa nos assentamentos em resposta ao reconhecimento da Palestina como Estado não membro da ONU.

Desde então, segundo o diário "Ha"aretz", os planos ficaram estagnados em diferentes instâncias burocráticas.

Nesse sentido o Ministério da Habitação pediu planos de desenvolvimento e urbanização nas colônias de Gush Etzion (mil unidades), Shiló (1.200), Ali (1.000), Tekoa (700), além de várias outras.

Acompanhe tudo sobre:IsraelJerusalém

Mais de Mundo

Milei agradece ao Brasil por assumir custódia da embaixada argentina na Venezuela

Exército israelense anuncia que comandante militar do Hamas foi 'eliminado' em bombardeio em julho

Blinken pede a “todas as partes” no Oriente Médio que evitem escalada de violência

Líder chavista afirma que Freddy Superlano “está detido e falando muito bem”

Mais na Exame