Mundo

Netanyahu é formalmente indiciado em processo por corrupção

As acusações contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, incluíam suborno, quebra de confiança e fraude

Israel: primeiro-ministro participa nesta terça de cerimônia nos EUA sobre "plano de paz" com palestinos (Ronen Zvulun/Reuters)

Israel: primeiro-ministro participa nesta terça de cerimônia nos EUA sobre "plano de paz" com palestinos (Ronen Zvulun/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 15h59.

Jerusalém — O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi formalmente indiciado nesta terça-feira por acusações de corrupção, após desistir de solicitar imunidade parlamentar, tornando quase certo um julgamento criminal contra ele.

Netanyahu, de 70 anos, está em Washington para reuniões com o presidente dos EUA, Donald Trump, para o lançamento do há muito adiado plano de paz entre Israel e a Autoridade Palestina, que os palestinos já rejeitaram.

O primeiro-ministro mais longevo de Israel disse em comunicado que um debate sobre imunidade no Parlamento seria um "circo" e ele não queria participar desse "jogo sujo".

Netanyahu, que nega qualquer irregularidade, afirmou: "Informei ao presidente do Knesset (Parlamento) que estou retirando meu pedido de imunidade."

Os procedimentos jurídicos agora avançam para julgamento, porém o cronograma ainda é incerto e pode levar meses ou anos.

O veterano de direita, que enfrenta uma eleição nacional em março, não está obrigado a renunciar.

O principal rival de Netanyahu, o ex-general centrista Benny Gantz, fez dos problemas jurídicos de Netanyahu uma peça central de suas campanhas em duas eleições israelenses no ano passado.

Gantz fez uma breve viagem a Washington para discutir o plano de paz com Trump, e voltou correndo para Israel na esperança de liderar o debate no Parlamento contra a concessão de imunidade a Netanyahu.

"Netanyahu vai a julgamento - temos que seguir em frente", disse Gantz depois que Netanyahu retirou seu pedido de imunidade.

"Os cidadãos de Israel têm uma escolha clara: um primeiro-ministro que trabalha para eles ou um primeiro-ministro ocupado consigo mesmo. Ninguém pode administrar o país e, paralelamente, administrar três casos criminais graves", afirmou Gantz no Twitter.

O procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, indiciou Netanyahu por acusações de corrupção - a primeira do gênero contra um primeiro-ministro israelense - em novembro passado, após uma investigação de longa duração. As acusações incluíam suborno, quebra de confiança e fraude.

Netanyahu é suspeito de aceitar indevidamente 264.000 dólares em presentes, que incluíam charutos e champanhe, segundo os promotores, e de distribuição de favores em supostas ofertas para uma cobertura melhorada por um site de notícias popular.

Netanyahu pode pegar até 10 anos de prisão se condenado por suborno e um prazo máximo de 3 anos por fraude e quebra de confiança.

Acompanhe tudo sobre:Benjamin NetanyahuCorrupçãoIsrael

Mais de Mundo

Convenção Democrata começa com Kamala à frente nas pesquisas em relação a Trump; veja

Blinken garante que Israel aceitou última proposta de acordo sobre Gaza

Manifestantes chamam Biden de 'genocida' na porta da Convenção Democrata

Na semana da convenção democrata, Trump se lança em 'contraofensiva' em estados decisivos nos EUA

Mais na Exame