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Negociações sobre a Síria terminam sem acordo sobre comitê constitucional

A rodada de consultas contou com a presença de representantes de Rússia, Irã e Turquia, da oposição, do regime sírio e do enviado especial da ONU

A próxima rodada de consultas deve acontecer em Astana em julho (Omar Sanadiki/Reuters)

A próxima rodada de consultas deve acontecer em Astana em julho (Omar Sanadiki/Reuters)

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EFE

Publicado em 26 de abril de 2019 às 17h22.

Nursultan — A 12ª rodada de negociações do processo de Astana sobre o conflito na Síria terminaram nesta sexta-feira em Nursultan, novo nome da capital do Cazaquistão, sem finalizar a composição do comitê constitucional sírio, um dos principais temas de discussão nos últimos meses.

Essa rodada de consultas sobre o conflito na Síria aconteceu na presença de representantes de Rússia, Irã e Turquia - os fiadores do cessar-fogo decretado em dezembro de 2016 -, da oposição, do regime e do enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen.

Em uma declaração conjunta divulgada ao final do encontro, os países fiadores deixam manifestada a intenção de "acelerar os trabalhos destinados à implementação do comitê constitucional o mais rápido possível".

A este respeito, o chefe da delegação russa, Aleksandr Lavrentiev, declarou à imprensa que a composição do comitê, que deverá redigir a nova Carta Magna síria, já estava entrando em sua fase final.

Por sua parte, o representante da oposição armada síria nas consultas, Ahmad Toma, indicou que as negociações "caminham bem" e que os nomes dos membros do organismo poderiam ser revelados em Genebra durante as próximas semanas.

Toma disse ainda que as partes chegaram a um consenso sobre 144 pessoas, mas mantêm divergências sobre outros seis nomes.

Além disso, destacou que a oposição armada participará das negociações de paz respaldadas pela ONU em Genebra nas próximas semanas, que estarão focadas precisamente na situação em torno da criação do comitê constitucional.

Por outro lado, o enviado russo para a Síria ressaltou que as tarefas que os países fiadores tinham na nova rodada do processo de Astana "foram cumpridas de forma geral".

"O importante é que foram determinados os seguintes passos conjuntos a tomar em distintos aspectos do processo de regulação sírio", afirmou.

Segundo o diplomata russo, o processo de Astana "tem um potencial sólido", que a comunidade internacional deve aproveitar para avançar na busca de uma solução para o conflito sírio.

Na declaração conjunta, os países fiadores expressam também sua preocupação com a situação na província de Idlib e concordaram em tomar "medidas concretas" para a redução das violações nessa zona de distensão.

A este respeito, o chefe da delegação governamental síria, Bashar al Jaafari, acusou a Turquia de apoiar grupos terroristas que atuam em Idlib, o último reduto rebelde no norte do país árabe.

"Quem está por trás de grupos como Tahrir al Sham e outros? Os serviços de segurança turcos e as autoridades da Turquia, eles estão por trás (dos insurgentes) em Idlib", declarou Jaafari em entrevista coletiva ao final da reunião.

Rússia e Irã são os principais fiadores do regime do presidente sírio, Bashar al Assad, enquanto o governo turco respalda as milícias rebeldes.

A expectativa é que as próximas consultas do processo de Astana sejam realizadas em Nursultan no próximo mês de julho.

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