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Negociações com Rússia sobre Síria estão por um fio

O secretário de Estado americano, John Kerry, telefonou para o ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, pelo terceiro dia consecutivo


	Síria: "Está com respirador artificial, mas ainda não morreu", disse Kerry
 (Mandel Ngan / Reuters)

Síria: "Está com respirador artificial, mas ainda não morreu", disse Kerry (Mandel Ngan / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2016 às 19h40.

Dois dias depois de ameaçar suspender os diálogos com a Rússia sobre a crise na Síria, os Estados Unidos confirmaram nesta sexta-feira (30) que as negociações continuarão, mas insistiu que estão "com respiração artificial".

O secretário de Estado americano, John Kerry, telefonou para o ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, pelo terceiro dia consecutivo, mas não recebeu sinais de que Moscou esteja pronto para deter o ataque do governo sírio a Aleppo.

Na quinta-feira (29), em meio a críticas que assinalavam que a ameaça de acabar os diálogos era falsa, Kerry insistiu que estavam "a ponto" de terminar.

Um dia depois, o porta-voz do departamento de Estado, Mark Toner, introduziu uma nova metáfora para descrever o quão perto estavam as negociações de se romper.

"Está com respirador artificial, mas ainda não morreu", disse a jornalistas que lhe perguntavam se Kerry acreditava que valia à pena manter aberto o canal diplomático enquanto os russos bombardeavam Aleppo.

"É horroroso, uma clara violação aos padrões e normas internacionais, normas humanitárias e do direito internacional", disse Toner.

Acrescentou que "em um certo ponto" Washington terá que revisar "para ver se será inútil continuar acreditando em um processo diplomático". "Estamos perto disto, mas ainda não estamos lá".

Antes, Lavrov falou em uma entrevista com a BBC que Washington poderia estar tentando proteger rebeldes extremistas dos ataques para usá-los contra o governo de Bashar al-Assad.

Toner considerou as declarações de Lavrov sem importância. "É absurdo".

Uma curta trégua negociada por Moscou e Washington no início do mês se rompeu quando ambos os lados culparam o outro pela ruptura.

Moscou tem sido acusado desde então de bombardear indiscriminadamente Aleppo como apoio ao ataque das tropas do governo sírio, que buscam tomar a segunda cidade do país.

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