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Não se ganha guerras com cobertores, diz Poroshenko

Citando as assistências concedidas pelos EUA à Ucrânia, o presidente Petro Poroshenko afirmou que não se pode ganhar a guerra nem manter a paz com cobertores


	Petro Poroshenko: "não podemos ganhar a guerra com cobertores"
 (Philippe Desmazes/AFP)

Petro Poroshenko: "não podemos ganhar a guerra com cobertores" (Philippe Desmazes/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 14h31.

Washington - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pediu nesta quinta-feira aos EUA que crie um status especial para a Ucrânia que permita proporcionar ajuda letal ao país, ao dizer que "a guerra não se ganha com cobertores" e as demais assistências que o país americano enviou até agora.

"Encorajo categoricamente os EUA a dar à Ucrânia um status especial de segurança e de defesa que reflita o nível mais alto de interação com um aliado que não pertença à Otan", disse Poroshenko em discurso perante uma sessão conjunta de ambas as Câmaras do Congresso americano.

As forças ucranianas que combatem os rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia "necessitam de mais apoio político no mundo todo, e necessitam urgentemente de mais equipes militares, tanto letal como não letal", indicou o líder.

"Por favor, entenda-me bem. Os cobertores e os óculos de visão noturna também são importantes, mas não podemos ganhar a guerra com cobertores e nem manter a paz, que é o mais importante", acrescentou.

Até agora, o Pentágono não proporcionou ajuda letal ao Exército ucraniano, embora no último mês tenha aumentado seu envio ao país de aparatos de visão noturna, capacetes, equipes de rádio e de primeiros socorros.

"Peço que não deixem a Ucrânia sozinha frente a esta agressão", ressaltou Poroshenko, que se reunirá na Casa Branca com o presidente americano, Barack Obama.

"Igual a Israel, a Ucrânia tem o direito a defender seu território", assinalou em referência ao ferrenho apoio militar de Washington a esse estado de Oriente Médio.

O líder ucraniano pediu também aos EUA que mantenha suas sanções contra a Rússia, e advertiu que a guerra na qual hoje lutam os jovens ucranianos "não é só a guerra da Ucrânia, é a da Europa, e é a dos Estados Unidos, também".

"Se estas ameaças não acabarem, cruzarão a fronteira da Europa e se expandirão por todo o mundo", alertou.

Poroshenko, que também pediu mais ajuda militar ao Canadá, qualificou a anexação da Crimeia por parte da Rússia como "um dos atos de traição mais cínicos da história moderna".

Antes de falar perante os legisladores, Poroshenko se reuniu no Departamento de Estado com o titular das Relações Exteriores americano, John Kerry, que depois assistiu à sessão no Congresso junto ao vice-presidente do país, Joseph Biden.

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