Mundo

Namorado de estudante estuprada na Índia relata agressão

A jovem de 23 anos morreu no dia 29 de dezembro em um hospital de Cingapura depois de lutar durante 13 dias

Membros de uma ONG protestam em Mumbai contra a falta de segurança e respeito às mulheres indianas (©afp.com / Punit Paranjpe)

Membros de uma ONG protestam em Mumbai contra a falta de segurança e respeito às mulheres indianas (©afp.com / Punit Paranjpe)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2013 às 08h21.

Nova Délhi - O caso dos supostos autores do estupro coletivo de uma estudante em Nova Délhi pode passar neste sábado a outro tribunal com poderes para realizar um procedimento rápido, enquanto o namorado da vítima, testemunha da agressão, declarou pela primeira vez que não pôde salvá-la.

A jovem de 23 anos morreu no dia 29 de dezembro em um hospital de Cingapura depois de lutar durante 13 dias entre a vida e a morte.

Seis suspeitos foram presos e a polícia acusou formalmente cinco homens, de 19 a 35 anos, de sequestro, estupro e assassinato durante uma primeira audiência, na última quinta-feira, perante o tribunal do distrito de Saket, no sul da capital.

Um sexto suposto autor, que alega ser menor de idade, foi submetido a exames ósseos para verificar que realmente tem 17 anos, antes de ser levado a um tribunal de menores.

O tribunal de Saket realizaria neste sábado uma segunda audiência para transferir o caso a um tribunal que permita um processo rápido.

Este caso comoveu profundamente o país, provocando diversas manifestações exigindo que as mulheres sejam mais protegidas em uma sociedade terrivelmente machista.

O namorado da vítima, um engenheiro informático de 28 anos, saiu pela primeira vez de seu silêncio na sexta-feira.

Em uma entrevista concedida à AFP, relatou a "crueldade" dos agressores e sua dor por não poder salvá-la.

"O que posso dizer? A crueldade que eu vi não deveria ser vista nunca mais. Tentei lutar contra os homens, mas depois supliquei várias vezes que a deixassem", declarou por telefone de Gorajpur, uma cidade de Utar Pradesh (norte), onde vivem seus pais.

Depois de sair de um cinema e de tentar, sem sucesso, pegar um riquixá, os dois jovens embarcaram em um ônibus normalmente utilizado para levar alunos, mas que estava ocupado por um grupo de homens que tomaram o veículo para um "passeio noturno".

Uma vez no interior, ele foi agredido, enquanto sua namorada foi estuprada repetidamente e agredida sexualmente com uma barra de ferro oxidada, e depois lançada nua para fora do ônibus.

A polícia iniciou neste sábado um processo contra uma rede de televisão por ter divulgado uma entrevista com o namorado da vítima, afirmando que a identidade da jovem poderia ser conhecida após este testemunho. A lei indiana estipula que as vítimas de um estupro devem ser protegidas pelo anonimato.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrimeÍndiaViolência urbana

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame