Mundo

Nacionalistas ucranianos capturam brasileiro que apoiou separatistas

Rafael Lusvarghi, que lutou ao lado de rebeldes pró-Rússia, foi detido por integrantes de grupos radicais até a sede do Serviço de Segurança da Ucrânia

Ucrânia: Lusvarghi foi condenado em janeiro de 2017 a 13 anos de prisão por participar de atividades terroristas contra o Estado ucraniano (Rob Stothard/Getty Images)

Ucrânia: Lusvarghi foi condenado em janeiro de 2017 a 13 anos de prisão por participar de atividades terroristas contra o Estado ucraniano (Rob Stothard/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 4 de maio de 2018 às 18h25.

Última atualização em 4 de maio de 2018 às 18h30.

Um grupo de ultranacionalistas ucranianos capturou nesta sexta-feira em um mosteiro em Kiev o brasileiro Rafael Lusvarghi, que combateu nas fileiras dos rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia.

Lusvarghi, de 33 anos, foi levado pelos integrantes de grupos radicais vinculados ao temido Batalhão Azov até a sede do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), segundo se pôde ver em imagens nas quais um jovem nacionalista esbofeteava o cidadão brasileiro.

Além disso, lhe obrigaram a pedir ao presidente russo, Vladimir Putin, que lhe trocasse por soldados ucranianos em poder dos separatistas pró-Rússia.

Os nacionalistas, que conduziram Lusvarghi pelas ruas de Kiev com as mãos amarradas nas costas, pediram energicamente explicações aos representantes do SBU pela libertação de um cidadão estrangeiro que tinha matado ucranianos.

Em seguida, os funcionários levaram Lusvarghi ao interior do edifício, onde foi interrogado, segundo informou a porta-voz do SBU, Elena Guitlianskaya.

Lusvarghi foi condenado em janeiro de 2017 a 13 anos de prisão por participar de atividades terroristas contra o Estado ucraniano, mas foi posto em liberdade no final do ano passado supostamente por irregularidades processuais.

Aparentemente, o brasileiro decidiu refugiar-se em um mosteiro ortodoxo nos arredores de Kiev, já que as autoridades requisitaram seu passaporte, razão pela qual não podia deixar o país.

O cidadão brasileiro chegou em outubro de 2014 à região de Donestk, onde alistou-se como voluntário nas fileiras dos separatistas pró-Rússia, mas se feriu no ano seguinte e acabou deixando a zona de conflito.

Lusvarghi retornou ao Brasil em meados de 2016, mas voltou à Ucrânia no final desse mesmo ano atraído por uma falsa oferta de trabalho.

Na realidade, o SBU tinha preparado uma armadilha e lhe deteve logo após aterrissar no aeroporto internacional de Borispol, após o que Lusvarghi foi condenado a 13 anos de prisão no primeiro processo dessa classe contra um estrangeiro.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Eleição nos EUA: corrida apertada pode ter “goleada” para Trump ou Kamala; entenda

Sede da Netflix na França é alvo de operação contra lavagem de dinheiro e fraude fiscal

Colégios eleitorais começam a abrir nos EUA para disputa entre Trump e Kamala

Texas e Missouri processam governo Biden pelo envio de observadores eleitorais