Na Assembleia da ONU, é cada um por si
Encontro começa oficialmente na terça-feira e uma das falas mais esperadas será do líder do país anfitrião, Donald Trump
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2018 às 06h51.
Última atualização em 25 de setembro de 2018 às 07h20.
A Assembleia anual da Organização das Nações Unidas (ONU) começa oficialmente nesta terça-feira, e servirá, mais uma vez, como palco para líderes defenderem seus próprios interesses numa sucessão de encontros e declarações desencontrados, com pouca possibilidade de um resultado comum. Mais uma vez, pouca coisa concreta deve sair do encontro de líderes em Nova York .
Este será o caso do primeiro-ministro da Espanha , Pedro Sanchez, que vai discursar no Conselho de Relações Exteriores. O líder socialista foi escolhido em junho deste ano, após o ex-primeiro-ministro Mariano Rajoy ter sido destituído. Sanchez garantiu seu novo cargo após ter sido indicado pelo ex-líder catalão Carles Puigdemont. Com a situação da Catalunha mais “calma”, Sanchez terá a chance de mostrar que é mais do que um líder tampão do país.
Além dele, o presidente da França, Emmanuel Macron, utilizará seu tempo na conferência para tentar reativar o multilateralismo na União Europeia e no mundo. Macron deve repetir o tom do discurso do ano passado, de salvar a ordem global. Ele esteve no fim da semana passada com o presidente americano, Donald Trump, e pediu a redução da guerra comercial do país, travada com a China. Embora saiba que não tem como interferir na questão, ao menos joga para a torcida.
Do lado mais oriental, três líderes também usarão o encontro para se promoverem ou para estreitar relações diplomáticas com países de seus interesses. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu se encontrará com o líder do Egito, Abdul Fatah Al-Sisi, para discutir um estreitamento das relações diplomáticas. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, vai discursar em defesa de uma nova ONU. Logo após chegar aos Estados Unidos, Erdogan afirmou que o Conselho de Segurança da ONU é composto por cinco países, e que pelo menos 20 países poderiam representar melhor o mundo. “O mundo é maior do que cinco países”, afirmou.
Outro importante discurso será o do líder da Coreia do Sul, Moon Jae-in. Para o Conselho das Relações Exteriores, espera-se que Moon atualize o mundo sobre o processo de desnuclearização da península coreana, além do processo de paz com a Coreia do Norte.
A fala mais esperada, porém, será do líder do país anfitrião, Donald Trump. Especialistas afirmam que Trump usará o tempo concedido para responder às críticas feitas pelo Irã, além de reforçar seu discurso sobre sanções econômicas e diplomáticas. O governo do Irã culpou a Arábia Saudita e seus aliados pela autoria de um atentado que deixou ao menos 25 pessoas mortas e mais de 60 feridos no domingo. Trump falará grosso, mas não deve conseguir apoio de outros membros de peso da ONU.